segunda-feira, 23 de outubro de 2017

BEZERRA DE MENEZES E A MEDIUNIDADE

Por Francisco de Assis Daher Pirola

'...a mediunidade é dom natural que convirá
ao seu portador não ignorar que a possui...'

A Mediunidade (com seus efeitos e conseqüências) ainda é assunto desconhecido ─ ou omitido ─ por muitos. Entre os que a conhecem existem os que não a aceitam; entre os que sentem as suas manifestações, há os que pensam dela se descartar, como se costuma fazer a um incômodo qualquer.

Para uma breve reflexão sobre o tema, recorremos a “Dramas da Obsessão” (*), obra empolgante, rica em conteúdo, psicografada por Yvonne A. Pereira, na qual o Venerável Bezerra de Menezes trata do assunto de maneira singular.

De início, destacamos, na mensagem que antecede o primeiro capítulo, equivalente ao prefácio, o título ─ “Advertência” ─, bastante significativo. Nem ‘conselho’ nem ‘lembrete’. ‘Advertência’ mesmo:

“Aos médiuns em geral dedico estas páginas, que um sagrado sentimento de dever me vem perseverantemente inspirando, numa época em que as mais graves responsabilidades pesam sobre os seus ombros.”

Depois, a mensagem mais direcionada, dirigida aos que “desejem” tê-la como “traço de união” entre os dois planos:

“Dirijo-me, porém, particularmente, àqueles que, possuindo faculdades mediúnicas, desejem torná-las em verdadeiro traço de união entre os mundos objetivo e invisível, os quais se interpenetram, não obstante se comprazerem os homens no alheamento dessa amplitude em que se agitam; aos que desejarem converte-las em possibilidades de instrução e fraterno auxílio àqueles que sofrem e choram na desesperança do alívio terreno.”

Em seguida, o Mentor fala da influência espiritual a que todos estamos sujeitos:

“Sabido é, entre espíritas fiéis aos seus princípios, que todos os homens são médiuns, ou, pelo menos, possuem a possibilidade de se deixarem influenciar pelas individualidades invisíveis, sejam estas esclarecidas, medíocres ou inferiores. Todavia, sabido será também que mais depressa a individualidade humana se permitirá envolver-se com as últimas que com as primeiras.”

Concluindo essa parte, o Dr. Bezerra discorre sobre a origem das obsessões e do perigo da “mediunidade ignorada” ou “rejeitada”. Um detalhe: no texto, o autor fala do flagelo que assola “ os planetas” (isto mesmo, no plural). Vejamos:

“Os múltiplos casos e gêneros diversos de obsessão, esse flagelo que assola os planetas onde grande criminosos, grandes culpados e viciosos reencarnam, aglomerados para os devidos resgates do passado e conseqüente progresso; os complexos, dos noticiários macabros, onde avultam todas as modalidades da delinqüência e do insulto à harmonia da sociedade, do crime e da descrença sem tréguas, muitas vezes tiveram origem na influência de seres invisíveis sobre os portes mediúnicos ignorados ou rejeitados, do delinqüente, pois não esqueceremos que se trata de forças tão naturais como qualquer outro dos cinco sentidos que integram a mesma personalidade humana.”

Voltando à mediunidade, Bezerra de Menezes fala dela como um “dom”, que pode progredir com o exercício: (pág. 11):

“De forma idêntica será o sexto sentido de que tratamos, isto é, a intuição, ou a mediunidade em geral: ─ É um dom, eis tudo!, concedido pela Criação para a edificação, o progresso e a felicidade do seu portador, passível de progredir em possibilidades através do exercício, do tempo e das reencarnações, [...]”

E a conceitua com o peso de sua autoridade:

[...] algo mais delicado, profundo e superior que os demais sentidos e que necessitará ser devidamente amado, respeitado e cultivado dentro dos postulados da Moral, da Justiça, do Amor e da Fé, a fim de que não se anule, como se anularia a visão de uma criatura que desde o nascimento vivesse às escuras, e se não resvale ao choque das impurezas humanas. Isso mesmo já vo-lo expôs com clareza absoluta o Instrutor por excelência da Terceira Revelação, encarnado na prudência e na austeridade de Allan Kardec.”

Na pág.12, ao apresentar ao leitor o perfil da história que irá contar, o Venerável Mentor assinala que:

“[...] a mediunidade é dom natural que convirá ao seu portador não ignorar que a possui, mas sim estudá-la, aceitá-la, cultivá-la, educá-la em princípios sérios a fim de se eximir a perigos fatais.”

Na seqüência, o relato de um socorro espiritual, prestado pela equipe do Dr. Bezerra, a uma família na qual já haviam acontecido dois suicídios, com a possibilidade de mais um, prestes a acontecer, e que os Espíritos protetores da casa queriam evitar. Enviando seus mensageiros ao domicílio necessitado, para uma avaliação do quadro, o Mentor recebe a informação (pág. 15) “de que se trata de um caso de obsessão coletiva simples” ─ e, acrescenta o mensageiro:

“[...] carente de intervenção imediata de socorro espiritual, a fim de que se evitem outros suicídios na família... São, quase todos os membros dessa numerosa família, constituída do velho casal e dez filhos menores, portadores de faculdades mediúnicas ignoradas [...] ”.

Segue-se, então, uma informação relevante, que serve de alerta para quantos se distraiam com as coisas do espírito:

“[...] Não cultivam o estudo edificante para o saneamento mental, nem a meditação sobre assuntos elevados do espírito, e tão-pouco a prece..., tornando-se, por isso mesmo, campo raso para os assédios das trevas...,pois que também não alimentam sentimentos religiosos de qualquer espécie, apenas afetando um interesse convencional pela crença católica romana...[...]”.

Assim, leitor amigo, se você ‘acha’ que é médium, porque sente algum tipo de irradiação espiritual, ou possui alguma sensibilidade das que costumam ser classificadas por alguns como ‘extra-sensorial’ ou ‘paranormal’, ou que alguém tente lhe explicar como “parapsicológica”, não vacile! Procure inteirar-se do assunto. Estude o Espiritismo. Procure uma Casa Espírita (adesa à Federação Espírita do seu Estado), mais próxima de sua residência, de preferência, e lembre-se: '...a mediunidade é dom natural que convirá ao seu portador não ignorar que a possui...'🔵
__________________
(*) (PEREIRA, Yvonne A. (Espírito Bezerra de Menezes).
Dramas da Obsessão”. Rio de Janeiro-RJ, FEB, 7ª Ed., 1991).
Imagem: http://www.google.com/. Acesso em: 28.08.2014.
Destaques: pelo editor do Blog.
Formatação atualizada em:22/outubro/2017.

4 comentários:

André Luiz disse...

Salve, Francisco!

Quanta luz! Análise autoral, assertiva e original de um texto profundo. A lógica na sentença inicial é translúcida: realmente, há os que a desconhecem... Ainda, há os que a conhecem, mas não a aceitam; os que a aceitam, mas não a praticam; os que a praticam, mas não perseveram...

Ao fim, na esteira do inolvidável médico, nos adverte também sobre a necessidade da orientação referencial nas dignas Casas Espíritas. Advertência oportuna, em um mundo de referências cada vez mais temerárias.

Assim, obrigado, Francisco!
Pela partilha, análise e advertência.
Bem posto: advertência! Nem conselho, nem lembrete...

Anônimo disse...

Salve, André Luiz!

Sensibilizado, agradeço-lhe a fraternal e encorajadora participação.

Realmente, com aproximação da "hora transitória", não há mais tempo nem para conselho nem para lembrete.

O sinal está "amarelo": Advertência...

Muita Paz!

Francisco.

Unknown disse...

MEU NOME EDILSON BEZERRA CUNHA E MUITO BOM TRABALHA COM MENTORES ESPIRITUAU A EQUIPE BEZERRA DE MENEZES SAUVE DEUS MEU POVO

Francisco de Assis Daher Pirola disse...

Oi, Edilson,
Agradeço a respeitável manifestação.
Muita Paz!
Francisco.

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