terça-feira, 18 de outubro de 2011

O TESOURO


Espírito Cornélio Pires 
                                       
Certa noite, num sonho, ao pé do gado,
Um Espírito falou a Nhô Tatão:
- Meu filho, pega a enxada e cava o chão,
Tens contigo um tesouro abandonado! . . .

Ele cavou três anos no cerrado,
Mas nem ouro, nem cobre. . . Tudo em vão. . .
Desenxabido, foi para a sessão
E perguntou, chorando, a Irmão Conrado:

-Ah! meu irmão, que faço do meu sonho?!. . .
Nada encontrei no trabalhão medonho. . .
A riqueza perdida onde estará?!. . .

 Mas o guia explicou: - "Meu filho, insiste!
 O tesouro é teu chão parado e triste. . .
 Semeia, Nhô Tatão!. . . Plantando dá."
                                                                  
*  *  *
XAVIER, Francisco Cândido(Espírito Cornélio Pires).
Poetas Redivivos"(Obra Mediúnica).
Rio, GB, FEB, 1ª Ed., 1969.p. 149.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 12/outubro/2011.
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Leia, também, do Espírito Maria Dolores, o bonito poema
Apoio Oculto
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sábado, 15 de outubro de 2011

SUICÍDIO: SOFRIMENTO SUPERLATIVO


Como é o sofrimento de um suicida?

"É o sofrimento superlativo e quem não foi suicida não pode saber, não pode fazer uma idéia do que é. Imagine uma aglomeração desses suicidas, que ficam numa confusão horrorosa e não compreendem o que está se passando, porque há vários tipos de suicidas juntos, no mesmo local, cada um com as suas reminiscências e as suas vibrações.

"Eles ficam desesperados porque se sentem “mortos-vivos”, e são verdadeiros “mortos-vivos” porque se sabe que o fluido vital ainda está neles, demora para se dissipar – podemos ler isso em Gabriel Delanne. Uns ainda se sentem afogando – a gente vê o trecho do mar em que estão se afogando! - ; outros se vêem horrorizados com um trem de ferro; alguns se vêem desesperados com os venenos e outros com tiros no ouvido – e tudo isso na mesma região e ao mesmo tempo.

"Essas vibrações se chocam; é um verdadeiro inferno, não tenho outra expressão! São impressões que um ser humano que não foi suicida não pode avaliar. Eu compreendi muito bem porque também fui suicida, também estive lá.

"Como médium de incorporação, recebi tudo quanto foi Espírito suicida, e eu sentia as impressões e o sofrimento deles. Afogamento é a coisa mais horrorosa que se pode sentir. Agora, a morte por trem de ferro é a pior de todas; a pessoa fica numa confusão horrorosa, porque se vê vivo e catando os pedaços do corpo; e cada pedaço que cata ele sente que é seu, que está com ela e ao mesmo tempos não está. É algo que ninguém pode avaliar nem quase compreender."

*  *  *

(Trecho de entrevista com a médium Ivone A. Pereira,
disponível em: http://www.ligaespirita.org.br.
Acesso em: 08/dezembro/2010.)
imagem: www.google.com. Acesso em: 15/outubro/2011.
Formatação atualizada em: 05.05.2013.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CORNÉLIO PIRES - DADOS BIOGRÁFICOS


Cornélio Pires nasceu na cidade de Tietê, Estado de São Paulo no dia 13 de julho de 1884 e desencarnou em S. Paulo no dia 17 de fevereiro de 1958.

Homem de personalidade inconfundível, tornou-se figura popular e de bastante destaque em todo o Brasil, graças ao trabalho, por ele encetado, de viajar pelas cidades do Interior do Estado de S. Paulo e outros Estados, estreando na condição de caipira humorista.

Em sua juventude aspirava à admissão numa Faculdade de Farmácia, porém, apesar do seu desempenho, não logrou êxito no intento. Deliberou, então, dedicar-se ao jornalismo, passando a trabalhar na redação do jornal O Comércio de São Paulo, em cujo cargo desenvolveu um aprendizado bastante estafante. Posteriormente, exerceu atividades nos jornais O São Paulo e O Estado de São Paulo, tradicional órgão da imprensa paulista, na função de revisor e, finalmente, no ano de 1914, passou a dar a sua contribuição ao órgão O Pirralho.

O famoso poeta Martins Fontes escrevendo sobre ele afirmou: "é um bandeirante puro, um artista incansável, enobrecedor da Pátria e enriquecedor da língua".

Pelos idos de 1910, lançou o livro Musa Caipira, obra largamente saudada pela crítica, graças ao seu conteúdo tipicamente brasileiro.

Cornélio Pires não admitia a existência das penas eternas e de um Deus que desse preferência aos seguidores de determinadas religiões. O demasiado apego aos formalismos da letra, na interpretação dos textos evangélicos, fez com que ele quase descambasse para o materialismo.

Nessa época ele desconhecia o Espiritismo, entretanto, durante as suas viagens ao Interior, aconteceram com ele vários fenômenos mediúnicos, inclusive algumas comunicações do Espírito Emilio de Menezes, as quais muito o impressionaram. Como conseqüência, passou a estudar obras espíritas, principalmente as de Allan Kardec, Leon Denis, Albert de Rochas e alguns livros psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier. Integrou-se, então, decididamente, ao Espiritismo, interessando-se muito pelos fenômenos de efeitos físicos.

Nos anos de 1944 a 1947, escreveu os livros “Coisas do Outro Mundo” e “Onde estás, ó morte?”, tendo desencarnado quando escrevia Coletânea Espírita.

De sua vasta bibliografia, além dos dois livros espíritas acima citados, destacam-se, entre outros: Musa Caipira, Cenas e Paisagens de minha Terra, Tragédia Cabocla, Almanaque do Saci, Meu Samburá, Enciclopédia de anedotas e Curiosidades.

Num de seus escritos sobre o Espiritismo, afirmou: "O Espiritismo nos proporciona a fé raciocinada, nos arrebata ao jugo do dogma e nos ensina a compreender Deus como Ele é".

Pouco antes de desencarnar, demonstrando haver assimilado o preceito de Jesus Cristo - "Amai ao próximo como a ti mesmo" -, voltou à cidade do Tietê e ali comprou uma chácara, onde fundou a "Granja de Jesus", lar destinado a crianças desamparadas,  de cuja obra  não chegou a ver a conclusão.

Cornélio Pires chegou a organizar o "Teatro Ambulante Cornélio Pires", perambulando de cidade em cidade, sendo aplaudido por toda a população brasileira por onde passava. Esse intento foi concretizado após ter abandonado a carreira jornalística.

*  *  *
(Resumo baseado em texto publicado pelo Portal FEB
citando como fonte “Personagens do Espiritismo”,
de Antônio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy. Acesso em: 12/outubri/2011.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 12/outubro/2011.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

COMO VAI O SEU ENTUSIASMO?



"[...] Deixe de lado todo o negativismo. Deixa de lado o ceticismo. Abandone a descrença e seja entusiasmado com sua vida e principalmente entusiasmado com você. Você verá a diferença. [...]"

"A palavra entusiasmo vem do grego e significa ter um Deus dentro de si. Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. A pessoa entusiasmada era aquela que era possuída por um dos deuses e, por causa disso, poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem.

Assim, se você fosse entusiasmado por Ceres (deusa da agricultura), você seria capaz de fazer acontecer a melhor colheita, e assim por diante. Segundo os gregos, só pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano. Era preciso, portanto, entusiasmar-se.

Assim, o entusiasmo é diferente do otimismo. Otimismo significa eu acreditar que uma coisa vai dar certo. Talvez até torcer para que ela dê certo. Muita gente confunde otimismo com entusiasmo. No mundo de hoje, na empresa de hoje, é preciso ser entusiasmado.

A pessoa entusiasmada é aquela que acredita na sua capacidade de transformar as coisas, de fazer dar certo. Entusiasmada é a pessoa que acredita em si. Acredita nos outros. Acredita na força que as pessoas têm de transformar o mundo e a própria realidade.

E só há uma maneira de ser entusiasmado. É agir entusiasticamente! Se formos esperar ter as condições ideais primeiro, para depois nos entusiasmarmos, jamais nos entusiasmaremos com coisa alguma, pois sempre teremos razões para não nos entusiasmarmos.

Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. Conheço pessoas que ficam esperando as condições melhorarem, a vida melhorar, o sucesso chegar, para depois se entusiasmarem. A verdade é que jamais se entusiasmarão com coisa alguma. O entusiasmo é que traz a nova visão da vida.

Gostaria de perguntar a você e a seu pessoal como vai o seu entusiasmo.Como vai seu entusiasmo pelo Brasil, por sua empresa, por seu emprego, por sua família, por seus filhos, pelo sucesso de seus amigos? Se você é daqueles que acham impossível entusiasmar-se com as condições atuais, acredite - jamais sairá dessa situação.

É preciso acreditar em você. Acreditar na sua capacidade de vencer, de construir o sucesso, de transformar a realidade.

Deixe de lado todo o negativismo. Deixa de lado o ceticismo. Abandone a descrença e seja entusiasmado com sua vida e principalmente entusiasmado com você. Você verá a diferença."

(Enviado por João Cezar Rocha Pirola)
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Leia ainda:
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sábado, 8 de outubro de 2011

"SUBSTITUIÇÃO” - UMA GRAVE ENFERMIDADE

Por Francisco de Assis Daher Pirola

Era a Casa Espírita dos sonhos. Patrimônio invejável. Reuniões concorridas. Freqüência predominante das classes mais abastadas. A ‘elite’ estava toda ali.

A equipe mediúnica, muito rigorosa, primava pelo ‘elevado nível de doutrinação’. Oradores e conferencistas, exigentes e minuciosos na erudição doutrinária, tornavam primorosas as conferências e palestras. No entanto, a sua melhor ‘atração’ era o ‘médium principal’, também o fundador, dirigente e administrador de todo o patrimônio. Enfim, a pessoa que decidia tudo por ali. Sem “ele”... nada feito.

Autor de psicografias, livros, mensagens avulsas, cartas de mortos, receituários sem fim, “ele” também era o responsável pelos fenômenos mediúnicos que ali aconteciam.

E a Casa crescia francamente, multiplicando seguidores e admiradores, firmando-se a cada dia como a ‘vitrine’ do Movimento na sua região. Requinte e auto-suficiência, por isso, eram regras gerais. E tudo parecia funcionar da melhor maneira possível.

Mas, como se diz, ‘um dia a casa cai’. Da noite para o dia a Verdade, como um vendaval implacável, desabou sobre a propalada instituição, atingindo-a qual se fora mero castelo de cartas. É que o ‘médium principal’, aquele que ‘sustentava tudo’, tornara-se alvo de sérias controvérsias. Não ficou ‘pedra sobre pedra’. Houve choro e ranger de dentes.

*  *  *
Conversava, dia desses, com um atento observador desses fatos, um aplicado estudioso da Doutrina, analisando o acontecido, para dele extrairmos a proveitosa, necessária, inevitável e indispensável lição.

 – Essa Casa foi acometida de uma grave enfermidade – diagnosticou o meu interlocutor.

 – Qual delas? – perguntei curioso.

 – A “substituição” – respondeu-me circunspecto.

 – Essa eu não conheço. Explique-se melhor – solicitei.

 – ‘Substituíram’ KARDEC pelo ‘médium principal’ – sentenciou.

 E nada mais foi dito nem lhe foi perguntado.
*  *  *
(Publicado originalmente em A Senda, Orgão informativo da FEEES -
Federação Espírita do Estado do Espírito Santo,
edição Ano 86. nº 95, abril / 2008, pág. 5.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 08/outubro/2011.