quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A RESPOSTA

Por Leonardo Pereira

'...Senhor, que queres que eu faça?...'

Saulo de Tarso, doutor da Lei, cai por terra diante de uma luz fulgurante, e uma voz retumba na estrada de Damasco: “Saulo, Saulo, por que me persegues?(Atos, 9:4). Num reflexo, talvez pelo descontrole emocional, Saulo interpela essa voz surpreendente que parece brotar das entranhas da terra e, ao mesmo tempo, vir do céu. No vigor de sua juventude e no auge do orgulho de sua raça, tenta, em vão, reconhecê-la e identificar quem o interroga dessa forma, e quem poderia sobre ele projetar tamanha luz, a ponto de o deixar cego e perdido. No desespero, questiona: “Quem és, Senhor?(Atos, 9:5). Apesar de imediata, a resposta parece levar uma eternidade. Aturdido, sem ver o que se passa, lançado ao chão como se o deserto desejasse lhe tragar, Saulo, impaciente, espera. Como uma onda carregada por rajadas de vento, a voz ressoa novamente: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues(Atos, 9:5). Ao ouvi-la, e compreendendo onde e como se encontrava, tentava, em vão, se levantar, numa luta muita mais interna que externa, e ouve novamente a voz do Divino Mestre: “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões(Atos, 9:5)É o que diz o texto bíblico.

Mas, por que essa fala? 

Saulo, judeu, sabia muito bem sobre a Lei, os Dez Mandamentos, e tudo mais, principalmente sobre o “não matarás”. E sabia também que a desrespeitava. Matara o jovem Estevão e ordenara outras tantas dilapidações em nome da lei judaica. Agora, o doutor da lei, sendo despertado pelo poder que emana de Deus, via-se diante do aguilhão da cegueira física, que o conduziria ao encontro de Jesus.

Para quem só ouvia a voz e não via ninguém, como os que o acompanhavam, tudo era muito estranho. Imagine, caro leitor/leitora, o que se passava na cabeça do jovem doutor, humilhado, atirado ao solo, sem enxergar o que se passava à sua volta. Em Atos dos Apóstolos, a narrativa diz que Saulo se encontrava “tremendo e atônito”. Imaginemos que, por dentro, uma revolução se processava. Ele compreendera o chamamento do Divino Escultor de almas. Cego para o mundo, naquele instante ele começava a enxergar a luz e, pronto para servir e encarar os desafios, pergunta sem medo: “Senhor, que queres que eu faça?(Atos, 9:6). E aguardava a resposta e as consequências que ela acarretaria.Imperativa,  responde a voz: “Levanta-te...(Atos, 9:6). Saulo deveria ir a Damasco para o autoencontro, ou seja, encontrar a si mesmo, e, com alma erguida, seguir em direção a Deus.

Você teria coragem de repetir a pergunta de Saulo a Jesus?

Para muitos de nós, talvez falte a necessária coragem. Hoje, porém, a resposta − “Levanta-te... − está presente em nosso dia a dia: no ensino cristão, nas narrativas de Jesus, em suas parábolas, nos fatos de Sua vida ou nos Atos dos Apóstolos. É Jesus respondendo às nossas reclamações, nossas dores, nossas quedas, como se nos falasse: “continua, ergue-te, siga, tudo passa, prossiga, adiante, mude sua história, refaça caminhos, começa agora.”.

Quantas vezes, motivados pelo conhecimento da Doutrina Espírita, falamos sobre quanto ela é maravilhosa. Lembramos a vida de Jesus, falamos de justiça. Nas Casas Espíritas, empolgados, motivados, nos dispomos a servir à Causa, seja como voluntários, trabalhadores, enfim, mudar o mundo. Mas, diante de nossa realidade espiritual continuamos a eleger o sossego, a bonança, as facilidades, o conforto... afinal, temos a nossa vida pessoal, não é?

Senhor, que queres que eu faça?” − perguntamos a Jesus todos os dias. Assim o fazemos quando nos colocamos como espíritas e cristãos no mundo; quando adotamos uma religião e dela nos tornamos adeptos; quando nos dizemos frequentadores ou trabalhadores dessa ou daquela instituição religiosa; quando falamos do seu Evangelho e de suas lições; quando subimos na tribuna e proferimos palestras, evangelizamos ou realizamos o Evangelho no Lar.

E o que Jesus quer que façamos? Amar o próximo como a nós mesmos; amar o nosso inimigo; amar a nós mesmos; perdoar as ofensas; não guardar mágoas; não desejar o mal; fazer o bem no limite de nossas forças; não exigir do outro o que ainda não conseguimos fazer; sermos benevolentes; que tenhamos misericórdia; que auxiliemos os fracos; cuidemos dos doentes, e, sobretudo, que expulsemos os “demônios” que vivem dentro de nós e que nos mantêm no passado dos enganos. Ele nos diz: “se cair, levanta-te e vai...”.

Nos dias atuais, a exemplo de Saulo, estamos sendo chamados para empreender a nossa reforma íntima. Por quanto tempo mais ficaremos deitados na “estrada de Damasco”, cegos e trêmulos, esperando uma resposta dos céus? Temos todas as respostas de que necessitamos. Adiante companheiros. É tempo de avançar!🔵
________________________________
Citações bíblicas: Atos dos Apóstolos - cap. 9:1-6.Fonte:
Bíblia online – Almeida revisada e corrigida.Acesso em: 21/março/2014.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 21/março/2014.
Formatação atualizada em: 29/dezembro/2016.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL! BOAS FESTAS!

Que o esplendor do Natal possa clarear todos os caminhos da Humanidade, e que neles encontremos sempre a Paz, a Harmonia e a Fraternidade.
FELIZ NATAL! 
BOAS FESTAS!
Editor do Blog.
________________________
Imagem: www.google.com.
Acesso em:23/dezembro/2016.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

E OS REGENERADOS - QUEM SÃO?

DAYSE A. N. BUGNI
'... precisamos priorizar constantemente a nossa autoeducação, independentemente da idade que tivermos, visto ser o Espírito imortal que se educa....' 
Tendo como alicerce doutrinário o Evangelho Segundo o Espiritismo (E.S.E), diríamos que os regenerados são aqueles que herdarão a Terra como mundo de regeneração.

Mas, será apenas esta a colocação?

No E.S.E, em seu capítulo III - Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai -  e exatamente nos itens 16 e 17 - o Espírito Santo Agostinho nos fala dos mundos regeneradores.

Entre as informações, a mais compreensível e lógica é que os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os felizes. E que fazemos essa transição como espíritos que somos.

Agora, reportemo-nos à condição universal de todo ser: todos somos médiuns, em maior ou menor grau. Portanto, se o somos, com certeza aceitamos a comunicabilidade entre os dois mundos ─ o “material e o espiritual” ─, compreendendo que vivemos no cotidiano e diuturnamente em sintonia com Espíritos. E por sermos possuidores desse dom, ao nos preparar para uma nova encarnação, assumimos importantes tarefas tanto em benefício dos necessitados quanto em nosso próprio benefício.

Pois bem, se estamos constantemente em relação com Espíritos, e conscientes da realização desse processo; e usando principalmente o conhecimento que Jesus nos legou,  vamos melhorando o relacionamento em favor dos necessitados e de nós mesmos.

Sabemos, também, por Kardec, na questão 459 de O Livro dos Espíritos, que os Espíritos influem em nossos atos e pensamentos muito mais do que imaginamos, a tal ponto de nos dirigirem.

Isto posto, sabemos que através dos nossos sentimentos e pensamentos é que vamos construindo o nosso ambiente e nossa vida futura, pois vivemos ligados, fluidicamente, ao mundo espiritual e, de acordo com o teor dos nossos sentimentos e pensamentos, atraímos sempre aqueles que se encontram em sintonia conosco.

Quando encarnados, escolhemos nossos amigos por simpatia e interesses. No relacionamento espiritual é a mesma coisa, a atração ocorre no sentir e pensar. Então, não fazemos escolhas: atraímos amigos e inimigos pelas nossas vibrações.

E os regenerados, então, quem são?

São exatamente aqueles que, num esforço contínuo e prioritário, conseguem educar suas emoções, sentimentos e pensamentos, interagindo com Espíritos que os possam auxiliar. Para isso, contudo,  é necessário o sentido de responsabilidade e comprometimento, não só no que fazem mas principalmente no que sentem e pensam  -  “vigiai e orai” (Mt - 26:36) .

Se aceitamos essa relação constante entre homens e Espíritos, se desejamos conviver com amigos que nos auxiliem no crescimento moral, não na solução de nossos problemas, mas nos orientando a perceber e analisar os mesmos e encontrar caminhos reais de resolução correta, precisamos priorizar constantemente a nossa autoeducação, independentemente da idade que tivermos, visto ser o Espírito imortal que se educa.

Esse comportamento nos leva à melhoria de nossos sentimentos, ações e pensamentos. Mas exige trabalho íntimo e conhecimento de nós mesmos e das leis de Deus em tudo que se relacione ao homem como ser espiritual encarnado, procurando perceber sempre o bem existente, não se esquecendo, porém, do mal (mas não valorizá-lo acima do bem!).

O Espírita coerente

Deus nos destinou o Bem, a Harmonia, o Belo, o Amor. O mal é algo que existe em nosso interior - por sermos imperfeitos, habitamos a Terra no estágio atual. Não é, pois, inerente a essa Essência Divina que nos criou. Por isso, se perseverarmos no Bem, está destinado a desaparecer. Devemos, assim, nos esforçar para perceber o Bem, sentir o Bem, pensar o Bem, e aí estaremos atraindo bons Espíritos, a nos auxiliar a emitir vibrações de paz para a humanidade.

Os habitantes do mundo espiritual são espíritos que já viveram na Terra, e, como nós, encarnados, estão em processo de evolução. Se sabemos que Deus é “a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas” (Livro dos Espíritos – questão n.º 1); se admitimos a existência do Espírito, criado simples e ignorante, evoluindo a caminho da perfeição, segundo seu livre-arbítrio, então devemos aceitar a pluralidade dos mundos habitados, para que os espíritos possam viver de conformidade com as suas necessidades, capacidade e grau de evolução. A partir daí, temos um grande estímulo ao nosso progresso, e ao de toda a humanidade. E a Terra, por sua vez, evoluirá e se transformará, realmente, em um mundo regenerador.

Muitas vezes achamos a vida difícil, mas também sabemos que somos responsáveis por isso, visto que desrespeitamos as leis de Deus, originando-se aí a nossa responsabilidade no campo da Lei de Ação e Reação.

Reconhecendo que Deus nos deu um mundo maravilhoso como a Terra, cabe-nos amá-la e zelar por ela, aproveitando as oportunidades da convivência com homens difíceis, como todos o somos, aliás, e promover, dessa forma, o nosso desenvolvimento espiritual.

Sejamos, assim, em nosso viver cotidiano, o mais coerente que pudermos com os princípios básicos do Espiritismo, e seremos, certamente, os regenerados.🔵
___________________________________________
Dayse A. N. Bugni é integrante do Centro Espírita
'Francisco  de Assis' - Jacaraípe - Serra - ES.)
Formatação atualizada em: 14/setembro/2017.

domingo, 4 de dezembro de 2016

O CONQUISTADOR DIFERENTE

Pelo Espírito Irmão X

'...Todos eles, dominadores e tiranos, passam no mundo, entre as púrpuras do poder, a caminho dos mistérios do sofrimento e dos desencantos da morte...'

Os conquistadores aparecem no mundo, desde as recuadas eras da selvageria primitiva. E, há muitos séculos, postados sem soberbos carros de triunfo, exibem troféus sangrentos e abafam, com aplausos ruidosos, o cortejo de misérias e lágrimas que deixam à distância. Sorridentes e felizes, aceitaram as ovações do povo e distribuem graças e honrarias, cobertos de insígnias e incensados pelas frases lisonjeiras da multidão. Vasta fileira de escritores congrega-se-lhes em torno, exaltando-lhes as vitórias no campo de batalha. Poemas épicos e biografias romanceadas surgem no caminho, glorificando-lhes a personalidade que se eleva, perante os homens falíveis, à dourada galeria dos semideuses.

Todavia, mais longe, na paisagem escura, onde choram os vencidos, permanecem as sementeiras de dor que aguardarão os improvisados heróis na passagem implacável do tempo. Muitas vezes, contudo, não chegam a conduzir para o túmulo as medalhas que lhes brilham no peito dominador, porque a própria vida humana se incumbe de esclarece-los, através das sombras da derrota, dos espinhos da enfermidade e das amargas lições da morte.

Dario, filho de Histaspes, reis dos persas, após fixar o poderio dos seus exércitos, impôs terríveis sofrimentos à Índia, a Trácia e à Macedônia, conhecendo, em seguida, a amargura e a derrota, à frente dos gregos.

Alexandre Magno, por tantos motivos e admirado na história do mundo, titulou-se generalíssimo dos helenos, em plena mocidade e, numa série de movimentos militares que o celebrizaram para sempre, infligiu inomináveis padecimentos aos lares gregos, egípcios e persas; todavia, apesar das glórias bélicas com que desafiava cidades e guerreiros, fazendo-se acompanhar de incêndios e morticínios, rendeu-se à doença que lhe imobilizou os ossos em Babilônia.

Aníbal, o grande chefe cartaginês, espalhou o terror e a humilhação entre os romanos, em sucessivas ações heróicas que lhe imortalizaram o nome, na crônica militar do Planeta; contudo, em seguida à bajulação dos aduladores e à falsa concepção de poder, foi vencido por Cipião, transformando-se num foragido sem esperança, suicidando-se, por fim, num terrível complexo de vaidade e loucura. 

Júlio César, o famoso general que pretendia descender de Vênus e de Anquises, constitui um dos maiores expoentes do engenho humano; submeteu a Gália e desbaratou os adversários em combates brilhantes, governando Roma, na qualidade de magnífico triunfador; no entanto, quando mais se lhe dilatava a ambição, o punhal de Bruto, seu protegido e comensal, assassinou-o, sem comiseração, em pleno Senado.

Napoleão Bonaparte, o imperador dos franceses, depois de exercer no mundo uma influência de que raros homens puderam dispor na Terra, morre, melancolicamente, numa ilha apagada, ao longo da vastidão do mar.

Ainda hoje, os conquistadores modernos, depois dos aplausos de milhões de vozes, após a dominação em que se fazem sentir, magnânimos para os seus amigos e cruéis para os adversários, espalhando condecorações e sentenças condenatórias, caem ruidosamente dos pedestais de barro, convertendo-se em malfeitores comuns, a serem julgados pelas mesmas vozes que lhes cantavam louvores na véspera.

Todos eles, dominadores e tiranos, passam no mundo, entre as púrpuras do poder, a caminho dos mistérios do sofrimento e dos desencantos da morte. Em verdade, sempre deixam algum bem no campo das relações humanas, pelas novas estradas abertas e pelas utilidades da civilização, cujo aparecimento aceleram; todavia, o progresso amaldiçoa-lhes a personalidade, porque as lágrimas das mães, os soluços dos lares desertos, as aflições da orfandade, a destruição dos campos e o horror da natureza ultrajada, acompanham-nos, por toda parte, destacando-os com execráveis sinais.

Um só conquistador houve no mundo, diferente de todos pela singularidade de sua missão entre as criaturas. Não possuía legiões armadas, nem poderes políticos, nem mantos de gala. Nunca expediu ordens e soldados, nem traçou programas de dominação. Jamais humilhou e feriu. Cercou-se de cooperadores aos quais chamou “amigos”. Dignificou a vida familiar, recolheu crianças desamparadas, libertou os oprimidos, consolou os tristes e sofredores, curou cegos e paralíticos. E, por fim, em compensação aos seus trabalhos, levados a efeito com humildade e amor; aceitou acusações para que ninguém as sofresse, submeteu-se à prisão para que outros não experimentassem a angústia do cárcere, conheceu o abandono dos que amava, separou-se dos seus, recebeu, sem revolta, ironias e bofetadas, carregou a cruz em que foi imolado e na sua morte passou por ser a de um ladrão.

Mas, desde a última vitória no madeiro, tecida em perdão e misericórdia, consolidou o seu infinito poder sobre as almas, e, desde esse dia, Jesus Cristo, o conquistador diferente, começou a estender o seu divino império no mundo, prosseguindo no serviço sublime da edificação espiritual, no Oriente e no Ocidente, no Norte e no Sul, nas mais cariadas regiões do Planeta, erguendo uma Terra aperfeiçoada e feliz, que continua a ser construída, em bases de amor e concórdia, fraternidade e justiça, acima da sombria animalidade do egoísmo e das ruínas geladas da morte.
______________________________________________
(Do livro 'Antologia Mediúnica do Natal '. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier. Digitado por Lúcia Aydir (SP/08/2005). Lição nº 03.
Disponível em: www.oconsolador.com.br. Acesso em: 16/dezembro/2015.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 16/dezembro/2015.
Formatação atualizada em: 26/maio/2016.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

FORÇA, CHAPECOENSE!

Neste momento, palavras podem parecer folhas levadas ao vento. Fica, então, a nossa mensagem, de que que estamos irmanados diante desse acontecimento de consequências inomináveis,  e que a dor do povo chapecoense, intensa e inimaginável, é também a nossa dor. 
Solidariedade aos familiares e ao povo de Chapecó-SC, atingidos  por este acontecimento que ficará marcado em nossos corações. 
Somente Deus, na Sua Misericórdia Infinita, poderá enxugar as lágrimas e consolar os corações de todos os que sofrem nesta hora que o tempo não apagará.
Força, Chapecoense!

**  
Reflexão:
"Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.(Mateus,11:28 a 30.)" 
*
-------------------------------------------------------
Prece de Carita
---------------------------------------------------------


A MAIOR TRAGÉDIA DO FUTEBOL NO MUNDO

Chapecó-SC
Geraldo Campetti Sobrinho (*)
'...Deus, nosso Pai, que não abandona a nenhum de seus filhos, por mais pungentes sejam os enfrentamentos provacionais a que possamos estar submetidos pela abençoada Lei de Causa e Efeito que rege nossas existências...'
O povo brasileiro acordou chocado na manhã desta terça-feira, 29 de novembro de 2016, com as informações sobre o acidente envolvendo o avião que transportava a delegação do time brasileiro de futebol, a Chapecoense, para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o time colombiano Atlético Nacional. A aeronave fez um pouso forçado nesta madrugada na região de Antioquia (Colômbia), nas proximidades do aeroporto de Medellín, em acidente gravíssimo, que deixou 75 mortos e seis sobreviventes. Dentre as vítimas, encontravam-se tripulantes, jogadores e a comissão técnica do time do município de Chapecó, localizado no oeste catarinense (SC).

Considerada a maior tragédia do futebol mundial, deixa-nos todos, brasileiros, colombianos e cidadãos de diversos países das Américas e demais continentes, enternecidos diante de ocorrência tão inesperada. Como não se comover perante tamanho desastre?!

A primeira ação que a sensibilidade e o discernimento nos recomendam é de que sejamos solidários com os familiares e amigos dos nossos irmãos que retornaram à Pátria Espiritual nessa fatídica ocorrência. Unamo-nos, pois, em preces e vibrações de fortalecimento, tanto aos desencarnados quanto aos que permanecem em observação e tratamento médico, bem como aos familiares, parentes e amigos que necessitam de apoio da fé que consola ou, ao menos, ameniza a profunda dor que atinge seus corações.

Rogamos a todos eles que sejam envolvidos pelos Benfeitores Espirituais e possam encontrar o lenitivo aos seus sofrimentos, mantendo-se firmes na confiança em Deus, nosso Pai, que não abandona a nenhum de seus filhos, por mais pungentes sejam os enfrentamentos provacionais a que possamos estar submetidos pela abençoada Lei de Causa e Efeito que rege nossas existências.

Deus, como Pai de amor e de bondade, sempre age em favor do melhor para cada um de nós. Nem sempre é fácil entender e aceitar os desígnios divinos em nossos destinos. Porém, há situações que só conseguem ser explicadas quando alçamos o voo da compreensão para a imortalidade da vida, que prossegue dinâmica em todas as dimensões, e pela anterioridade existencial do Espírito, possuidor de vasta bagagem adquirida em vivências físicas pretéritas.

O esclarecimento pode igualmente aliviar nossa dor, quando entendemos o porquê dos acontecimentos, principalmente esses tão sinistros. Somado a todas as iniciativas humanistas, que visam à promoção do indivíduo à sua condição de Espírito imortal, o Espiritismo, como o Consolador Prometido por Jesus, pode nos trazer alento, esclarecendo nossas mentes e consolando nossos corações.

Que o divino amigo Jesus, em sua misericórdia de Irmão maior, possa abrigar em seu regaço fraterno todos os que partiram para o Mundo Espiritual e todos os envolvidos que aqui na Terra prosseguirão em sua caminhada existencial.■
__________________________________________________
(*) - Geraldo Campetti Sobrinho é vice-presidente da Federação Espírita Brasileira. Coordenador da FEB Editora, responsável pela Biblioteca de Obras Raras e Museu da Federação. É apresentador dos programas Livros que Iluminam, da FEBtv, e Entre dois mundos: uma visão espírita da realidade, exibido pela Rede Brasil de Televisão.

Fonte:Boletim Eletrônico da FEB- 1ª quinz. dez/016.

www.febnet.org.br. Acesso em: 02/dezembro/2016.