sexta-feira, 30 de março de 2018

RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

De 'O Evangelho segundo o Espiritismo', de Allan Kardec
  • (Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” - Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: - mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” - Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara.(S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; - S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus [*], cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo.

Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação.
  • Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
  • A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.
A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.🔵
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[*]"Saduceus. – Seita judia, que se formou por volta do ano 248 antes de Jesus Cristo e cujo nome lhe veio do de Sadoque, seu fundador. Não criam na imortalidade, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus. Entretanto, criam em Deus; nada, porém, esperando após a morte, só o serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que, segundo eles, se limitava a Providência divina. Assim pensando, tinham a satisfação dos sentidos físicos por objetivo essencial da vida. Quanto às Escrituras, atinham-se ao texto da lei antiga. Não admitiam a tradição, nem interpretações quaisquer. Colocavam as boas obras e a observância pura e simples da Lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época. Seita pouco numerosa, mas que contava em seu seio importantes personagens e se tornou um partido político oposto constantemente aos fariseus." (E.S.E., Introdução, item III.)
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KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo
112ª ed. Rio [de Janeiro]:FEB, 1992. Cap. IV. Itens 3 e 4.
Imagem: www.google.com.br/. Acesso em: 24/dezembro/2010.
Destaques pelo editor do Blog.
Formatação atualizada em 30/03/2018.

segunda-feira, 26 de março de 2018

MALES PEQUENINOS

Espírito Albino Teixeira 
'... não são as grandes provações que aniquilam a criatura e sim os males supostamente pequeninos...'
Guardemos cuidado para com a importância dos males aparentemente pequeninos.
Não é o aguaceiro que arrasa a árvore benemérita. É a praga quase imperceptível que se lhe oculta o cerne.
Não é a selvageria da mata que dificulta mais intensamente o avanço do pioneiro. É pedra no calçado ou calo no pé.
Não é a cerração que desorienta o viajor, ante as veredas que se bifurcam. É a falta da bússola.
Não é a mordedura do réptil que extermina a existência de um homem. É a diminuta dose de veneno que ele segrega.
Assim, na vida comum.
Na maioria das circunstâncias não são as grandes provações que aniquilam a criatura e sim os males supostamente pequeninos, dos quais, muita vez, ela própria escarnece, a se expressarem por ódio, angústia, medo e cólera, que se lhe instalam, sorrateiramente, por dentro do coração.🔵
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(Do livro “CORAGEM”. F.C.Xavier/Espíritos Diversos.
Lição nº 2. CEC (Uberaba-MG).29ª ed.1999.)
Imagem: http://www.morguefile.com/ . Acesso em: 25/maio/2011.
Destaques: pelo editor do Blog.
Formatação atualizada em:26/março/2018. 

domingo, 25 de março de 2018

AJUDA E PASSA

Alberto de Oliveira (Espírito)*
 
Estende a mão fraterna ao que ri e ao que chora:
O palácio e a choupana, o ninho e a sepultura,
Tudo o que vibra espera a luz que resplendora,
Na eterna lei de amor que consagra a criatura.

Planta a bênção da paz, como raios de aurora,
Nas trevas do ladrão, na dor da alma perjura;
Irradia o perdão e atende, mundo afora,
Onde clame a revolta e onde exista a amargura.

Agora, hoje e amanhã, compreende, ajuda e passa;
Esclarece a alegria e consola a desgraça,
Guarda o anseio do bem que é lume peregrino...

Não troques mal por mal, foge à sombra e à vingança,
Não te aflija a miséria, arrima-te à esperança.
Seja a bênção de amor a luz do teu destino.
🔵
*Alberto de Oliveira:
Fluminense nascido em Palmital de Saquarema, em 1859, e falecido em Niterói em 1937. Farmacêutico, dedicou-se principalmente ao Magistério. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, parnasiano de escol, foi tido como Príncipe dos Poetas de sua geração. (Do livro Parnaso de Além Túmulo - F.C. Xavier - ditado por Espíritos Diversos ).
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(Imagem: http://www.google.com/ . Acesso em: 21/maio/2011.)
Formatação atualizada em: 25/março/2018.

domingo, 18 de março de 2018

MEDICINA: MEDIUNIDADE NÃO É DOENÇA

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira* 

Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos - Medicina reconhece obsessão espiritual
"A obsessão espiritual como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.
No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.
Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.
Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.
O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.
Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.
Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.
Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.
O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.
Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.
Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.
Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).
Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo."🔵
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(*Dr. Sérgio Felipe de Oliveira - Médico psiquiatra
que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.)
Artigo disponível no Boletim Eletrônico da Federação
Espírita Brasileira - Junho/2011/ 2ª quinzena.)
Imagem: www.google.com.Acesso em: 22/junho/2011.
Destaque:pelo editor do Blog.
Formatação atualizada em:17.03.2018. 

quinta-feira, 15 de março de 2018

JUDAS E O PERDÃO

Sexta-Feira Santa - momento em que se recorda a Paixão do Cristo e a atuação de Judas na trama que levou o Mestre à crucificação. É tradição, nessa época, o massacre de um boneco − uma representação do apóstolo − num ritual conhecido como 'malhação do judas'. Pesa, assim, sobre Judas, o estigma da culpa eterna, apesar dos séculos de reparação vividos por esse apóstolo, em encarnações sucessivas de dor e sofrimento.
Mas, na Lei Divina não há condenação infinita. Deus nos perdoa a todo instante e renova, sempre, as oportunidades de resgate das nossas faltas. Com Judas não poderia ser diferente. Espírito há muito redimido, não faz mais sentido continue alvo dessa milenar rejeição.
Jesus, do alto do Seu martírio, exemplificou o Amor e o Perdão. Crucificado, rogou ao Pai perdoasse os que O conduziram ao Calvário, pois que não sabiam o que estavam fazendo, não entendiam o que Ele, o Cristo de Deus, representava para a Humanidade, e o pior, não podiam vislumbrar as consequências cármicas da tragédia que se consumava naquela Sexta-Feira que a Humanidade não pôde mais esquecer.
Por isso, prezados leitores, trazemos, para meditação, um relato do Espírito Humberto de Campos, de uma entrevista sua com o Espírito Judas, que visitava Jerusalém por ocasião da Semana Santa. Está no livro “Crônicas de Além-túmulo” (11ª Ed. FEB. 1988. cap.5, páginas 39 a 43). É um texto relevante e esclarecedor, capaz de nos situar bem na compreensão desse acontecimento histórico da cristandade. Muita Paz!
Francisco.

JUDAS ISCARIOTES
Pelo Espírito Humberto de Campos
19 de Abril de 1935
"Silêncio augusto cai sobre a Cidade Santa. A antiga capital da Judéia parece dormir o seu sono de muitos séculos. Além, descansa Getsêmani, onde o Divino Mestre chorou numa longa noite de agonia; acolá, está o Gólgota sagrado, e em cada coisa silenciosa há um traço da Paixão que as épocas guardarão para sempre. E, em meio de todo o cenário, como um veio cristalino de lágrimas, passa o Cedron silencioso, como se as suas águas mudas, buscando o Mar Morto, quisessem esconder das vistas dos homens os segredos insondáveis do Nazareno.
Foi assim, numa destas noites, que vi Jerusalém, vivendo a sua eternidade de maldições.
Os Espíritos podem vibrar em contacto direto com a História. Buscando uma relação mais íntima com a cidade dos profetas, eu procurava observar o passado vivo dos Lugares Santos. Parece que as mãos iconoclastas de Tito por ali passaram como executoras de um decreto irrevogável.
Nas margens caladas do Cedron, não longe talvez do lugar sagrado onde o Salvador esteve com os discípulos, divisei um homem sentado sobre uma pedra. De sua expressão fisionômica irradiava-se cativante simpatia.
− Sabe quem é este? – murmurou alguém aos meus ouvidos. – Este é Judas...
− Judas?
− Sim. Os Espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram, volver atrás, visitando os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se repentinamente transportados aos tempos idos. Então, mergulham o pensamento no passado, regressando ao presente, dispostos ao heroísmo necessário do futuro. Judas costuma vir à Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor, meditando nos seus atos de antanho...
Aquela figura de homem magnetizava-me. Não estou ainda livre da curiosidade do repórter, mas entre as minhas maldades de pecador e a perfeição de Judas existia um abismo. Meu atrevimento, porém, e a santa humildade de seu coração, ligaram-se, para que eu o entrevistasse, procurando ouvi-lo:
− O senhor é, de fato, o ex-filho de Iscariotes? –  perguntei.
− Sim, sou Judas – respondeu aquele homem triste, enxugando uma lágrima nas dobras de sua longa túnica. Como o Jeremias, das Lamentações, contemplo às vezes esta Jerusalém arruinada, meditando no juízo dos homens transitórios...
− É uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento a respeito da sua personalidade, na tragédia da condenação de Jesus?
− Em parte... Os escribas que redigiram os Evangelhos não atenderam às circunstâncias e às tricas políticas que, acima dos meus atos, predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galiléia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sinedrim desejava o reino do Céu, pelejando por Jeová a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas, com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias socialistas do Mestre; porém, o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória com o desprendimento das riquezas. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder, já que, em seu manto de pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei, então, uma revolta surda, como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica, como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que, aliás, apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos.
− E chegou a salvar-se pelo arrependimento?
− Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV. Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentido na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência...
− E está hoje meditando nos dias que se foram... - pensei com tristeza.
− Sim... Estou recapitulando os fatos como se passaram. E agora, irmanado com Ele, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas, que ainda não é deste mundo, sinto nestas estradas o sinal dos seus passos divinos. Vejo-o ainda na cruz, entregando a Deus o seu Destino... Sinto a clamorosa injustiça dos companheiros que o abandonaram inteiramente e me vem uma recordação carinhosa das poucas mulheres que o ampararam no doloroso transe. Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor. Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra... Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência, no tribunal dos suplícios redentores.
Quanto ao Divino Mestre – continuou Judas com os seus prantos –, infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque, se recebi trinta moedas vendendo-o aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo, a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado...
− É verdade – concluí –, e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-lo.
Judas afastou-se, tomando a direção do Santo Sepulcro, e eu, confundido nas sombras invisíveis para o mundo, vi que no céu brilhavam algumas estrelas sobre as nuvens pardacentas e tristes, enquanto o Cedron rolava na sua quietude como um lençol de águas mortas, procurando um mar morto."🔵

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Leia ainda:
Perdoar a cada dois minutos
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Imagem: www.google.com. Acesso em 22/março/2012
Formatação atualizada em: 15/março/2018.

segunda-feira, 12 de março de 2018

ORAÇÃO E CURA

Pelo Espírito Emmanuel
Reunião pública de 19/2/60-Questão nº 176 - Parágrafo 8º
'...Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida...'
Recorres à oração, junto desse ou daquele enfermo, e sofres, quando a restauração parece tardia.
Entretanto, reflete na Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos entrosamos.
Isso não quer dizer devamos ignorar o martírio silencioso dos companheiros em calamidade do campo físico.
Para tanto, seria preciso não haver sentimento.
Sabemos, sim, quanto dói seguir, noite a noite, a provação dos familiares, em moléstias irreversíveis; conhecemos, de perto, a angústia dos pais que recolhem no coração o suplício dos filhinhos torturados no berço; partilhamos a dor dos que gemem nos hospitais como sentenciados à pena última, e assinalamos o tormento recôndito dos que fitam, inquietos, em doentes amados, os olhos que se embaciam...
🔹
Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos rodeiam.
Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; na insubmissão dos que se rendem às sugestões do suicídio, prejudicando os planos da Eterna Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmos; nos processos inconfessáveis dos que usam a inteligência para agravar as necessidades dos semelhantes e na ingratidão dos que convertem o próprio lar em reduto do desespero e da morte...
Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os domínios do mal, e perceberás que a enfermidade é quase sempre o bem exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.
🔹
Organizemos, assim, o socorro da oração, junto de todos os que padecem no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.
Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.
Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos, em nossa forma externa, são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus.🔵
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(Do livro “Seara dos médiuns”, de Emmanuel, psicografado
por Francisco Cândido Xavier, 4ª Ed., 1982,
editado pela FEB, págs. 49/50.)
Imagem: www.morguefile.com. Acesso em:01/março/2015.
Formatação atualizada em:12/março/2018.

sábado, 10 de março de 2018

EUTANÁSIA

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?
Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?
Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. - S. Luís. (Paris, 1860.)🔵
_________________
(De "O Evangelho Segundo o Espiritismo" – Cap.V, item 28.)
Imagem: www.google.com . Acesso em: 16/fevereiro/2012.
Destaques pelo editor do Blog.
Formatação atualizada em:10/março/2018.

LEI DA LIBERDADE

Ionilda V. Carvalho*

Gostaria de acreditar que o homem ao refletir sobre as Leis Morais conseguiu captar a sua essencialidade e percebendo-se parte de um todo universal, que é regido pelo pensamento constante do Criador, sentiu que a sua liberdade se daria no respeito à liberdade do próximo. 
Gostaria de acreditar que já não existem homens que escravizam outros homens.
Gostaria de acreditar que os homens já entenderam que não são prisioneiros do destino ou fadados a errar porque estão mergulhados no erro alheio.
Gostaria de acreditar que ao usar o livre-arbítrio buscassem os homens a possibilidade de agir em busca de um futuro de mais paz e menos poder, de mais abnegação e menos exigência.
Escolher com sabedoria exige análise dos resultados que se almeja alcançar.
Pensar melhor para agir com mais equilíbrio demanda exercício de reflexão e compreensão das causas do sofrimento.
Mas o que parece ser a verdade é que o homem, ao fazer as escolhas que lhe vão nortear a existência ainda sente o peso do seu egoísmo, do seu interesse pessoal e muitas vezes do seu orgulho.
Usa de seu livre-arbítrio com infantilidade e torna-se incapaz de escolhas que verdadeiramente o livrem de fardos indesejáveis à luz de sua evolução espiritual.
Ser livre é estar jungido ao dever de amar, de tolerar e de acolher, é não ceder à tentação de aceder ao primeiro impulso ou de buscar as portas mais largas que nos conduzem apenas a meio caminho ou a caminhos de retorno amargo e duro.
Ser livre é não se deixar subjugar pelo pensamento ou pela ação alheia porque sempre nos é facultada a escolha e a direção a seguir.
Ser livre é ter a iniciativa de buscar a atitude que desfaz amarras e rompe aprisionamentos, é permitir escolhas que embora mais difíceis proporcionarão colheitas mais leves e plenas de um encantamento que só é capaz de nas de um encantamento que só é capaz de perceber o coração mais puro e mais maduro.
É tempo de ser livre para mudar o tempo do verbo e poder dizer:
Gosto de ver o homem que acredita e luta por um futuro melhor.
Gosto de acreditar no homem que acredita no outro homem e luta para educá-lo e, portanto torná-lo livre das desditas e das escolhas mal elaboradas.
Gosto de acreditar que o homem que conhece o Espiritismo se sente forte para buscar o raciocínio amplo, livre de dogmas, de questionamentos, de misticismo e pleno de racionalidade e de solidariedade.
Gosto de acreditar que o homem, alçando-se da animalidade em direção à angelitude, haverá de ser como Jesus disse: Onde surge define a luz e o amor em si mesmo, indicando, no próprio exemplo, o roteiro certo, mas sem coagir pessoa alguma nessa ou naquela resolução.🔵
____________________
(*Ionilda V. Carvalho é médica, professora universitária
e oradora espírita em Campos dos Goytacazes - RJ.)
Imagem: http://www.google.com/. Acesso em: 21.03.11.
Formatação atualizada em: 10/março/2018.

quinta-feira, 8 de março de 2018

QUANDO ESTAMOS INDECISOS

"Quando estamos indecisos sobre o fazer ou não fazer uma coisa, devemos antes de tudo propor-nos a nós mesmos as questões seguintes:
  1. - Aquilo que eu hesito em fazer pode acarreta qualquer prejuízo a outrem? 
  2. - Pode ser proveitoso a alguém?
  3. - Se agissem assim comigo, ficaria eu satisfeito?
  • Se o que pensamos fazer, somente a nós nos interessa, lícito nos é pesar as vantagens e os inconvenientes pessoais que nos possam advir. 
  • Se interessa a outrem e se, resultando em bem para um, redundará em mal para outro, cumpre, igualmente, pesemos a soma de bem ou de mal que se produzirá, para nos decidirmos a agir, ou a abster-nos. 
  • Enfim, mesmo em se tratando das melhores coisas, importa ainda consideremos a oportunidade e as circunstâncias concomitantes, porquanto uma coisa boa, em si mesma, pode dar maus resultados em mãos inábeis, se não for conduzida com prudência e circunspecção. 
  • Antes de empreendê-la, convém consultemos as nossas forças e meios de execução. 
  • Em todos os casos, sempre podemos solicitar a assistência dos nossos Espíritos protetores, lembrados desta sábia advertência: Na dúvida, abstém-te. (Cap. XXVIII, nº 38.)"🔵
PRECE PARA PEDIR UM CONSELHO
"Em nome de Deus Todo-Poderoso, inspirai-me, bons Espíritos que me protegeis, a melhor resolução a ser tomada na incerteza em que me encontro. Encaminhai meu pensamento para o bem e livrai-me da influência dos que tentarem transviar-me."
____________________ 
(De ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ – Cap. XXVIII – itens 24 e 25)
Imagem: www.google.com . Acesso em:27/julho/2014.
Destaques: pelo editor do Blog.
Formatação atualizada em: 03/março/2018.

segunda-feira, 5 de março de 2018

O DEVER

'...O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. É a um tempo juiz e escravo em causa própria...'
O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros. O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais ínfimas particularidades, como nos atos mais elevados. Quero aqui falar apenas do dever moral e não do dever que as profissões impõem.
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-arbítrio. O aguilhão da consciência, guardião da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem; como determiná-lo, porém, com exatidão? Onde começa ele? onde termina? O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo; acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a vós.
Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal que pode fazer. Com relação ao bem, infinitamente vário nas suas expressões, não é o mesmo o critério. A igualdade em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos.
O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta; é austero e brando; pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, conserva-se inflexível diante das suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais do que as criaturas e ama as criaturas mais do que a si mesmo. É a um tempo juiz e escravo em causa própria.
O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores da Humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos. - Lázaro. (Paris, 1863.)🔵
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KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo.
112ª ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1992.Cap. XVII.
Instruções dos Espíritos. Item 7.
Imagem: http://www.google.com.br/. Acesso em: 29.10.2015.
Destaques do Blog.
Formatação atualizada em: 05/03/2018.

sábado, 3 de março de 2018

ASSIM FALOU JESUS

Pelo Espírito André Luiz

Disse o Mestre: “Buscai e achareis.”
· Mesmo nos céus, você pode fixar a atenção na sombra da nuvem ou no brilho da estrela.
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Afirmou o Senhor: “Cada árvore é conhecida pelos frutos.”
· Alimentar-se com laranja ou intoxicar-se com pimenta é problema seu.
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Proclamou o Cristo: “Orai e vigiai para não entrardes em tentação, porque o espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”
· O espírito é o futuro e a vitória final, mas a carne é o nosso próprio passado, repleto de compromissos e tentações.
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Ensinou o Mentor Divino: “Não condeneis e não sereis condenados.”
· Não critique o próximo, para que o próximo não critique a você.
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Falou Jesus: “Quem se proponha conservar a própria vida, perdê-la-á.”
· Quando o arado descansa, além do tempo justo, encontra a ferrugem que o desgasta.
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Disse o Mestre: “Não vale para o homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma.”
· A criatura faminta de posses e riquezas materiais, sem trabalho e sem proveito, assemelha-se, de algum modo, a pulga que desejasse reter um cão para si só.
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Afirmou o Senhor: “Não é o que entra pela boca que contamina o homem.”
· A pessoa de juízo são, come o razoável para rendimento da vida, mas os loucos ingerem substâncias desnecessárias para rendimento da morte.
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Ensinou o Mentor Divino: “Andai enquanto tendes luz.”
· O corpo é a máquina para a viagem do progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista.
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Proclamou o Cristo: “Orai pelos que vos perseguem e caluniam.”
· Interessar-se pelo material dos caluniadores é o mesmo que se adornar você, deliberadamente, com uma lata de lixo.
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Falou Jesus: “A cada um será concedido segundo as próprias obras.”
· Não se preocupe com os outros, a não ser para ajudá-los; pois que a lei de Deus não conhece você pelo que você observa, mas simplesmente através daquilo que você faz.🔵
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Do livro ‘O Espírito da Verdade, ditado pelos Espíritos
Emmanuel e André Luiz,psicografado por Chico Xavier
e Waldo Vieira. 1ª ed.FEB. 1962. Lição 55[E.S.E - Cap. VI – Item 01]. págs. 05/06.
Imagem: www.morguefile.com. Acesso em: 16/agosto/2012.
Formatação atualizada em:03/março/2018.