segunda-feira, 23 de maio de 2011

O REMÉDIO


"[...] Sem que aprendamos a servir, ainda mesmo quando tenhamos boas intenções, tudo em nós será simples palavras que o mundo consome. [...]

Chico, nessa noite, estava muito fatigado, quando à hora da prece costumeira, aparece-lhe Dona Maria João de Deus.

— Minha mãe, — roga ao espírito carinhoso — como fazer para alcançar a vitória no cumprimento de meus deveres?

— Meu filho, só conheço um remédio — servir.

— Mas e as dificuldades de entendimento com os outros? Como espalhar as bênçãos do Espiritismo com quem não as deseja, se, às vezes, oferecendo o melhor que possuímos, apenas recolhemos pedradas?

— Servir é a solução.

— Entretanto, há pessoas que nos odeiam gratuitamente. Malsinam-nos as melhores intenções detestam-nos sem motivo e dificultam-nos o mínimo trabalho. Que me diz a senhora? Julga que existe algum recurso para fazer a paz entre elas e nós?

— Sim, há um recurso — servir sempre.

— Então, a senhora considera que, para todos os males da vida, esse é o remédio?

— Sim, meu filho, remédio essencial. Sem que aprendamos a servir, ainda mesmo quando tenhamos boas intenções, tudo em nós será simples palavras que o mundo consome.

E, depois de semelhante receita, o Espírito de Dona Maria retirou-se como quem não tinha outro remédio a ensinar.
***

(Do livro "Lindos casos de Chico Xavier" - Ramiro Gama)
Imagem: http://www.google.com/ . Acesso em: 14/maio/2011.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

INTERVENÇÃO

Numa das vezes em que fui a Uberaba, encontrei, muito doente, uma grande amiga, que não via há bom tempo.

Quando pode conversar com o Chico, disse-lhe que se achava condenada. Não queria morrer sem vê-lo e seu marido a trouxe. Não vinha lhe pedir um milagre. Queria apenas que orasse para que ela tivesse serenidade na hora da morte. Os médicos a haviam desenganado.

Lembro-me das palavras que o Chico lhe dirigiu:

-Não tem mais jeito do lado de cá, mas e do lado de lá? Ore e confie. Deus nos ajudará.

O tempo passou.

Certo dia, estava falando numa cidade, quando esta minha amiga entrou um pouco atrasada. Vestida de longo, branco, fez-me pensar de imediato: Meu Deus, fulana desencarnou e eu a estou vendo.

Quando a palestra terminou, ela aproximou-se, estendeu-se a mão. Aturdido e surpreso, perguntei:

- Mas você...que houve?

- Você se lembra daquele dia em Uberaba?

- Como poderia esquecê-lo?

- Então... três dias depois sonhei que o Dr. Bezerra estava no meu quarto e operava-me. Quando acordei, meu travesseiro estava todo manchado de sangue e pus. Desde então, comecei a melhorar e veja como sarei, disse ela com a voz embargada pela emoção.

Também eu não pude dizer nada.Abraçamo-nos emocionados e felizes.
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( "Dr. Bezerra" - fato relatado por Adelino da Silveira - Livro 'Chico de Francisco'.
Imagem: http://www.instrumentador.com.br/ . Acesso em: 11.05.2011.
Formatação atualizada em: 15/abril/2017.