sábado, 31 de março de 2012

MUITO DESEJO

Pelo Espírito Emmanuel

"[...] É preciso reverenciar o serviço, buscar o serviço, disputar o serviço e abraçar o serviço com espírito de renúncia em favor do próximo. [...]"

Médium quer dizer “intermediário”.

Intermediário define a posição daquele que se põe de permeio.

E muitos amigos encarnados, aspirando ao contacto com as Esferas Superiores, costumam dizer que sentem muito desejo de ser médiuns.

Há inúmeros que se propõem instruir e escrever, falar e materializar, aliviar e consolar, em nome dos Mensageiros da Luz; entretanto, não passam da região do “muito desejo”.

Mentalizemos, contudo, alguns quadros comuns em que a pessoa descansa nesse impulso de início.

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Existe o lavrador que tem muito desejo de semear; entretanto, passa a existência discutindo teorias da agricultura, ou comentando algo em torno das pragas diversas que flagelam a lavoura, e espera indefinidamente o instante de plantar, como se a terra devesse deslocar-se para colher-lhe as sementes das mãos.

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Encontramos o oleiro que mostra muito desejo de fabricar um vaso de eleição, mas consome o tempo falando nas dificuldades da cerâmica ou nos perigos do forno quente, e aguarda em constante expectativa a hora de modelar, como se a argila estivesse na obrigação de buscar-lhe os dedos.

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Imaginemos o trabalhador que enunciasse muito desejo de cooperar em determinada oficina, e que, aí admitido, simplesmente vivesse a policiar a atitude e o movimento dos chefes e companheiros, qual se pudesse cumprir o próprio dever à custa da observação inoperante que ninguém lhe pediu.

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Pensemos no aluno que chegasse à escola com muito desejo de aprender e que não manuseasse, sequer, um livro, qual se o professor pudesse pregar-lhe a lição na cabeça, como quem dependura um cartaz no poste.

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Se aspiras a colaborar na obra dos Espíritos Benevolentes e Sábios, colocando-te entre eles e os irmãos encarnados, é possível não possas, de imediato, partilhar a sinfonia dos grandes feitos humanos, mas podes brilhar na tarefa mais alta de todas, a expressar-se no concerto do bem puro, consolando e construindo, amparando e esclarecendo, educando e amando...

Para isso, porém, não basta o muito desejo...

É preciso reverenciar o serviço, buscar o serviço, disputar o serviço e abraçar o serviço com espírito de renúncia em favor do próximo.

Muitos dizem que farão isso amanhã.

Realmente, amanhã é o tempo glorioso de nome porvir, destinado a marcar o coroamento e a vitória, a colheita e a alegria...

Entretanto, segundo velho rifão, em muitos casos “amanhã é o caminho que vai dar no deserto chamado nunca”.

(Reunião pública de 18/3/60. Questão nº 220 - Parágrafo 15º.)

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(Do livro "Seara dos Médiuns", ditado pelo Espírito Emmanuel
ao médium Chico Xavier. 4ª ed. FEB.1983. págs. 75/77.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 31março/2012.

sábado, 24 de março de 2012

ESPIRITUALIDADE E BELEZA



'[...]O paraíso não é um lugar nem um tempo.
O paraíso é ser perfeito.[...]"

Obra inesquecível de Richard Bach, com fotografias de Russell Munson, publicada em 1970, 'Fernão Capelo Gaivota' não pode deixar de ser lida e relida, como renovação do sentimento do que é belo e espiritual. Reproduzimos, por isso, a seguir, um trecho desse bonito livro, que espelha bem o teor elevado do seu conteúdo:

“Uma noite, as gaivotas que não praticavam o vôo noturno juntaram-se na praia, para pensar. Fernão reuniu toda a sua coragem e dirigiu-se à gaivota mais velha, que, segundo diziam, devia passar em breve para outro mundo.

— Chiang... — começou ele, um pouco nervoso.

A velha gaivota olhou-o com bondade.

 — Diga, meu filho.

Em vez de enfraquecer, a idade dera força ao Mais Velho. Em vôo batia qualquer gaivota do bando, e aprendera perícias de que os outros só muito lenta e gradualmente começavam agora a aperceber-se.

— Chiang, este mundo não é o paraíso, é?

O Mais Velho sorriu ao luar:

— Você está aprendendo outra vez, Fernão Gaivota.

— Bem, e o que é que acontece depois disso? Para onde vamos? Não há um lugar chamado paraíso?

— Não, Fernão, não há tal lugar. O paraíso não é um lugar nem um tempo. O paraíso é ser perfeito.

— Ficou em silêncio durante um momento. — Você voa com muita velocidade, não voa?

— Eu... Eu gosto da velocidade — respondeu Fernão, surpreendido mas orgulhoso de que o Mais Velho o tivesse notado.

— Você começará a se aproximar do paraíso no momento em que alcançar a velocidade perfeita. E isso não é voar a mil e quinhentos quilômetros por hora, nem a um milhão e quinhentos mil, nem voar à velocidade da luz. Porque nenhum número é um limite, e a perfeição não tem limites. A velocidade perfeita, meu filho, é estar ali.”

*  *  *
(Destaques pelo editor do Blog.)
(Imagem: http://www.imotion.com.br/)

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NOTA:

Neste mês, o nosso Blog completa dois anos na sua tarefa de divulgação do Espiritualismo e do Espiritismo.

É um trabalho que fazemos com muito carinho.

Nesta oportunidade, queremos agradecer, sensibilizados, o apoio e a atenção inestimáveis,  recebido dos queridos leitores de todas as partes.

E, para marcar a passagem desse tempo, escolhemos a matéria acima, cuja primeira postagem deu-se em 25 de março de 2010.

Muito obrigado pela valorosa companhia!

Muita Paz!

Francisco.