De 'O Evangelho segundo o Espiritismo', de Allan Kardec
- (Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” - Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: - mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” - Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara.(S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; - S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus [*], cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo.
Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação.
- Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
- A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.
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[*]"Saduceus. – Seita judia, que
se formou por volta do ano 248 antes de Jesus Cristo e cujo nome lhe veio do de
Sadoque, seu fundador. Não criam na imortalidade, nem na ressurreição, nem nos
anjos bons e maus. Entretanto, criam em Deus; nada, porém, esperando após a
morte, só o serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que, segundo eles,
se limitava a Providência divina. Assim pensando, tinham a satisfação dos
sentidos físicos por objetivo essencial da vida. Quanto às Escrituras,
atinham-se ao texto da lei antiga. Não admitiam a tradição, nem interpretações
quaisquer. Colocavam as boas
obras e a observância pura e simples da Lei acima das práticas exteriores do
culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da
época. Seita pouco numerosa, mas que contava em seu seio importantes
personagens e se tornou um partido político oposto constantemente aos fariseus." (E.S.E., Introdução, item III.)
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KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo.
112ª ed. Rio [de Janeiro]:FEB, 1992. Cap. IV. Itens 3 e 4.
Imagem: www.google.com.br/. Acesso em: 24/dezembro/2010.
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Formatação atualizada em 30/03/2018.
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