segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O PACTO ÁUREO: A UNIFICAÇÃO EM TORNO DA FEB


"[...]o Pacto Áureo também representa uma constante advertência sobre os prejuízos que o cultivo das paixões personalistas pode acarretar como consequência do afastamento da orientação cristã da Doutrina."
Em outubro de 1904, representantes de núcleos espíritas dos Estados do Amazonas, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, bem como de grande número de Instituições Espíritas, sediadas na antiga Capital Federal, reunidos a convite da Federação para a comemoração do centenário de nascimento de Allan Kardec, firmam, em conjunto, um importante documento, que ficou conhecido como “Bases de Organização”, que passou a orientar a marcha do Movimento Espírita no Brasil.

Em 1925, surge a ideia de se instalar uma “Constituinte Espírita Nacional”, com propósitos unificadores. Mas a iniciativa reduz-se aos limites de uma Assembléia, em 31-3-1926, da qual resultou a fundação, nessa mesma data, da Liga Espírita do Brasil, que se propunha também a federar as instituições espíritas. Essa entidade, porém, mais tarde, subscrevendo o Acordo de 1949, se transformaria em Liga Espírita do Distrito Federal, passando a integrar a organização federativa coordenada pela FEB, como membro do Conselho Federativo Nacional.

Os anos de 1947 e 1948 assinalam a ocorrência de eventos, de âmbito estadual e nacional, que evidenciam a acentuada conscientização do Movimento Espírita quanto à necessidade da união de forças, do congraçamento, da concórdia, em todos os níveis de sua atuação. Destacavam-se, na época, fora dos círculos da FEB, os vultos de Lins de Vasconcellos, Carlos Jordão da Silva, Noraldino de Mello Castro, Leopoldo Machado, Francisco Spinelli, Aurino Souto, Roberto Pedro Michelena, Pedro de Camargo (Vinicius), entre tantos outros valorosos e sinceros servidores da seara espírita, cujo amor à causa da Unificação arrastava indivíduos e organizações a cerrarem fileira em torno da nobre bandeira.

Aos 5 de outubro de 1949, em memorável reunião entre diretores da FEB e representantes de diversas Federações e Uniões de âmbito estadual, firmava-se, na sede da Federação, no Rio de Janeiro, o Acordo de Unificação do Movimento Espírita Brasileiro ─ o Pacto Áureo.

O Pacto Áureo, pondo fim a injustificáveis divisionismos no seio da família espírita brasileira, concretizava a aspiração de sucessivas gerações, cultivada desde os primórdios do Espiritismo em nossa terra, no sentido de que ela se unificasse sobre as bases da união fraterna, da solidariedade e da tolerância.

Restava, porém, como indeclinável legitimação ao Acordo, a adesão de todos os membros da grande família espírita brasileira. Os que o subscreveram tinham a clara consciência da necessidade de estendê-lo à imensa fração dos que militavam nas regiões do Norte e do Nordeste brasileiros e não puderam se representar na Grande Conferência Espírita do Rio de Janeiro.

Com esse objetivo e inspirados no fervor apostólico dos primeiros arautos do Cristianismo, seis valorosos confrades - Arthur Lins de Vasconcellos Lopes, Carlos Jordão da Silva, Francisco Spinelli, Ary Casadio, Leopoldo Machado e, mais tarde, Luís Burgos Filho - iniciam, em 31 de outubro de 1950, uma excursão coletiva, às suas próprias expensas - a célebre “Caravana da Fraternidade” - cuja ação se encerrou em 13 de dezembro do mesmo ano, na cidade de Belo Horizonte (MG). Foram visitados onze Estados daquelas regiões, da Bahia ao Amazonas. Os resultados excederam as expectativas, dando abençoados frutos de confraternização, esclarecimento e consolidação dos ideais de Unificação.

Justificado motivo de júbilo para todos os adeptos conscientes, o Pacto Áureo também representa uma constante advertência sobre os prejuízos que o cultivo das paixões personalistas pode acarretar como consequência do afastamento da orientação cristã da Doutrina

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Fonte: Revista "Reformador", Ano 117, nº 2047, outubro, 1999 - Portal FEB.
Obs.: Destaques do Blog.

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