sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

COMO PERDOAR MEU IRMÃO?


Por Leonardo Pereira*


"[...] Perdoar, então, é o melhor caminho entre a dor e o sofrimento. O caminho do meio, o amor. [...]"


Jesus não escolheu doze discípulos angelicais para ajudá-lo na Boa Nova. Mesmo tendo essa possibilidade, optou por selecionar doze pessoas imperfeitas, para que pudéssemos nos ver refletidos nas ações desses homens corajosos, aprendendo com seus erros e acertos. A missão de mestre, dessa forma, faria mais sentido. Se tivéssemos doze arcanjos pregando o amor e o perdão, tendo em vista que já viviam a perfeição relativa a Deus, dificilmente nos veríamos nesses espelhos angelicais.

Somos, portanto, os Pedros, Tomés e os Judas da Era Moderna, em busca de compreensão dos ensinos do Rabino Galileu, tentando, a cada dia, não negá-Lo de novo, não duvidar d’Ele, não precisar buscar provas em tudo e todos, e, muito menos, relegar Sua mensagem e exemplos de Amor aos espinheiros do caminho.

Como perdoar meu irmão?

Parece fácil essa tarefa, por ser fruto de uma escolha, e não de um sentimento, mesmo que não compreendamos assim. Achando que é o sentimento que rege o perdão, escolhemos esquecer a falta, sem a compreender. Aproveitamos o ensejo, e esquecemos também o ofensor, retirando-o do nosso convívio, lançando ao vento as velhas e tão conhecidas palavras: “Eu o perdôo, mas não quero vê-lo nunca mais. É o perdão - esmola: “perdôo, afinal você não é ninguém; ou buscamos, de toda sorte, esconder, com falsos sorrisos, a mágoa retida, revivendo a ofensa em pensamento, impregnando o espírito com energias deletérias, tornando-nos doentes da alma, cujos sintomas se refletem no corpo, os males físicos. O perdão, portanto, deve ser fruto de uma escolha amadurecida, alicerçada na caridade e no amor a si e ao próximo.

Por que perdoar meu irmão?

O perdão desatrela do ofensor quem perdoa, proporcionando paz e tranqüilidade. Não perdoar significa levar o inimigo para casa, situando-o em nossa vida o tempo todo. Se o outro não compreende o seu perdão, o problema é dele. O que perdoa segue de consciência livre, enquanto o outro fica atrelado à Lei de Ação e Reação, que, por certo, oportunizará, no tempo justo, o devido reajuste, através do marco divino da Consciência.

O perdão é sempre melhor para quem perdoa.  O esquecimento da falta nem sempre é perdão, mas o perdão é sempre a chave para o esquecimento da falta. Perdoar, então, é o melhor caminho entre a dor e o sofrimento. O caminho do meio, o amor.

Resumindo, para nosso entendimento, a mágoa, a raiva, o ódio e o sentimento de vingança geram um ‘buraco’ na alma; então, perdoar é, dessa forma, ‘tapar buracos’.

*  *  *
Obs.: A abordagem deste tema continua em “O perdão em nove etapas”.

(*) - Leonardo Pereira é Designer Gráfico, orador espírita
e um dos trabalhadores do Grupo Espírita Lamartine Palhano Junior.
Imagem: www.google.com . Acesso em: 16/dezembrro/2011.

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