'... Perdão não é recurso tão somente aplicável nas grandes dores morais, à feição do traje a rigor, unicamente usado em horas de cerimônia ...'
A ciência do perdão, todavia, tão indispensável ao equilíbrio, quanto o ar é imprescindível à existência, começa na compreensão e na bondade, perante os diminutos pesares do mundo íntimo.
Não apenas desculpar todos os prejuízos e desvantagens, insultos e desconsiderações maiores que nos atinjam a pessoa, mas suportar com paciência e esquecer completamente, mesmo nos comentários mais simples, todas as pequeninas injustiças do cotidiano, como seja:
a observação maliciosa; a referência pejorativa; o apelo sem resposta; a gentileza recusada; o benefício esquecido; o gesto áspero; a voz agressiva; a palavra impensada; o sorriso escarnecedor; o apontamento irônico; a indiscrição comprometedora; o conceito deprimente; a acusação injusta; a omissão injustificável; o comentário maledicente; a desfeita inesperada; o menosprezo em família; a preterição sob qualquer aspecto; o recado impiedoso...
Não nos iludamos em matérias de indulgência.
Perdão não é recurso tão somente aplicável nas grandes dores morais, à feição do traje a rigor, unicamente usado em horas de cerimônia. Todos somos suscetíveis de erro e, por isso mesmo, perdão é serviço de todo o instante, mas assim como o compositor não obtém a sinfonia sem passar pelo solfejo, o perdão não existe, de nossa parte, ante os agravos grandes, se não aprendemos a relevar as indelicadezas pequenas. 🔵
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e André Luiz, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira.
4ª ed. FEB. 1978. Cap. 33. págs. 188/189.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 10/janeiro/2014.
Formatação atualizada em: 18/novembro/2017.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 10/janeiro/2014.
Formatação atualizada em: 18/novembro/2017.
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