Monte Sinai - Foto de Matt Moyer (*) |
Por Leonardo Pereira
'... Deus é a inteligência suprema, causa primaria de todas as coisas ...'(L.E - Q. n.º 1)
Nunca houve tanta necessidade de se encontrar Deus.
Iniciada no campo pessoal, essa busca envereda-se, quase sempre, pelo caminho das religiões que, desprovidas do verdadeiro sentido da divindade criadora, mantêm, muitas delas, em suas práticas doutrinárias, idéias concebidas em época muito distante de realidade atual, mas aceitas ainda como verdades inquestionáveis e tidas como frutos do ensino do próprio Deus.
O Planejamento de Moisés
Encontramos em Moisés o vulto de maior expressão de sua raça ─ o povo Judeu, que, escravizado no Egito, recebeu o chamado do Deus único - ‘YaHVeH (em português, Javé)’ ou ‘YeHoVaH’ (em português, Jeová) - para sair em busca da terra prometida.
Fora do cativeiro, atravessando o deserto em busca dessa terra, caminham praticamente andando em círculos durante 40 anos de suas vidas (muitos a perderiam pelo caminho).
Milhares de homens e mulheres, habituados ao culto de diversas divindades, vêem-se, então, diante de um Deus da guerra, que pune e extermina; que através da mediunidade de Moisés sobe o monte Sinai e proclama um código de leis ─ os Dez Mandamentos. Na sua maioria, um código de leis civis, cujo objetivo era conter esse povo com suas práticas nocivas ao planejamento de Moises (leia-se Jeová).
Desse povo rude Moisés espera de tudo. Por isso, os 40 anos no deserto: os mais velhos e presos às práticas do cativeiro morreriam, e a geração nova os sucederia.
E dessa forma aconteceu. E a nova geração atendia com respeito,, e ao mesmo tempo temor, ao novo deus, para eles, impiedoso e cruel. Mas, fora a sua rudeza, esse povo plantou a idéia do Deus Único (Monoteísmo) projetando o sábio Moises como grande legislador e governante, o que, de fato, foi.
Reencarnação - o legado de Jesus
Muitas pessoas e muitas religiões ainda cultivam esse mesmo deus, vingativo, elitista (além disso, ‘doente’, tantas as mudanças de humor) e ainda tão sujeito aos sentimentos humanos, haja vista como se comporta, através dos tempos, a raça humana. Outras tantas se ligam aos dogmas da fé cega, com medo das penas eternas e das regiões comandadas por ‘demônios’, com tridentes, a espetar e torturar aquele que não foi para essa ou aquela religião. Assim agem, expressando no rosto o medo, louvando essa entidade, que pode, dependendo de seu humor, salvá-los (perdoar) ou condená-los eternamente. E assim, vendem-se céus e terra! Pode-se comprar até estadia no além-túmulo, com as bênçãos de muitos religiosos e o aval da própria cristandade.
Imaginemos, então, como fica o legado de Jesus? Como seria se o compreendêssemos de verdade? Toda sua história de amor e seus ensinos nos remetem ao uso da lógica e do bom-senso, haja vista que lecionou como verdadeiro Mestre, e suas falas, registradas à posteriore por seus discípulos, ainda trazem o frescor da verdade eterna que ainda não conhecemos.
Meditemos em sua fala com o doutor da Lei (Jo 3:1 a 12), conhecido por sua capacidade intelectual, que o buscou na sombra da noite entre as vielas de Jerusalém: “em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode vê o reino de Deus se não nascer de novo”. Replica, atordoado, o doutor: “Como pode nascer um homem já velho?” Chama-o à razão o Rabino: “Pois quê! És mestre em Israel e ignoras estas coisas?” “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” “É necessário nascer da água e do Espírito”. Enquanto o aturdido Nicodemos se afasta, fica no ar o ponto fundamental do ensino de Jesus sobre a justiça Divina: a reencarnação.
Essa lei Divina ─ a reencarnação ─ ergue a lapide dos túmulos e retira o inferno das consciências, firmando o amor da divindade para conosco quando nos oportuniza a volta aos caminhos trilhados de enganos, para o ajuste ou o reajuste necessário. É assim que se apresenta um Deus-Pai, amoroso, que perdoa e acolhe o filho transviado nos enganos do mundo.
Jesus, o divino Escultor de almas, sabia o que se passava em nossa alma naquele tempo, e o sabe ainda hoje. Conhece as nossas mentiras e reconhece cada uma de nossas máscaras sociais. Seu legado de amor é representado, em essência, quando resume a Lei de Moisés ─ os Dez Mandamentos ─ em apenas dois: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
A busca, então, continua, em todos os campos do conhecimento, e o homem moderno se vê, ainda, embaraçado nas teias atávicas das religiões, ora por comodismo, ora por falta de coragem de encarar a realidade e se ver obrigado a fazer mudanças em sua vida, pensando:“é melhor ficar como está, pois começar de novo dá muito trabalho”.
O Espírita e o Conhecimento da Terceira Revelação
O espírita, portador do conhecimento da Terceira Revelação, do Cristianismo Redivivo e das lições e ensinos de Jesus em sua riqueza de detalhes, pode, a qualquer hora, beber nessa fonte inesgotável em todos os campos do conhecimento, sejam eles ciência, filosofia ou religião.
Lembrando o insigne Codificador Allan Kardec: “O espiritismo é a ciência (ciência no sentido de conhecimento (dar ciência, estar ciente de algo ou alguma coisa) que trata da origem, da natureza e do destino dos espíritos, bem como da sua interação com o mundo material”.
Como conhecimento, o Espiritismo demonstra, com fatos irrefutáveis, a grandeza de Deus e a sua infinita sabedoria ─ “Deus é a inteligência suprema, causa primaria de todas as coisas” (Livro dos Espíritos - questão n.º 1) ─, por isso está fadado a ser um ramo de conhecimento presente em todas as manifestações religiosas. Seus princípios fundamentais mudarão o destino da humanidade, começando pelos que se dizem Cristãos e ainda não conhecem o Cristo de Deus, Jesus, o médico de homens e de almas.🔵
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(Leonardo Pereira é Designer gráfico e orador espírita.
Formatação atualizada em 27/janeiro/2017.
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