Numa das vezes em que fui a Uberaba, encontrei, muito doente, uma grande amiga, que não via há bom tempo.
Quando pode conversar com o Chico, disse-lhe que se achava condenada. Não queria morrer sem vê-lo e seu marido a trouxe. Não vinha lhe pedir um milagre. Queria apenas que orasse para que ela tivesse serenidade na hora da morte. Os médicos a haviam desenganado.
Lembro-me das palavras que o Chico lhe dirigiu:
-Não tem mais jeito do lado de cá, mas e do lado de lá? Ore e confie. Deus nos ajudará.
O tempo passou.
Certo dia, estava falando numa cidade, quando esta minha amiga entrou um pouco atrasada. Vestida de longo, branco, fez-me pensar de imediato: Meu Deus, fulana desencarnou e eu a estou vendo.
Quando a palestra terminou, ela aproximou-se, estendeu-se a mão. Aturdido e surpreso, perguntei:
- Mas você...que houve?
- Você se lembra daquele dia em Uberaba?
- Como poderia esquecê-lo?
- Então... três dias depois sonhei que o Dr. Bezerra estava no meu quarto e operava-me. Quando acordei, meu travesseiro estava todo manchado de sangue e pus. Desde então, comecei a melhorar e veja como sarei, disse ela com a voz embargada pela emoção.
Também eu não pude dizer nada.Abraçamo-nos emocionados e felizes.⬤
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( "Dr. Bezerra" - fato relatado por Adelino da Silveira - Livro 'Chico de Francisco'.Imagem: http://www.instrumentador.com.br/ . Acesso em: 11.05.2011.
Formatação atualizada em: 15/abril/2017.
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