Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos" (download gratuito no Portal FEB), dedica ao preocupante problema do suicídio e suas consequencias quinze importantes questões (Parte Quarta, Cap. I, questões 943 a 957), as quais os Espíritos Codificadores respondem com muita clareza.
Nesta oportunidade, para sermos mais objetivos, abordaremos apenas a questão 957, deixando ao nosso leitor/leitora a sugestão para um estudo mais completo do capítulo acima mencionado.
O suicídio é, de fato, um problema dos mais penosos, verdadeira tragédia de nosso tempo, um mal que traz muitas dores e sofrimentos aos que são por ela atingidos, motivo pelo qual precisa ser bastante esclarecido nos seus desdobramentos espirituais, como uma espécie de "antídoto" a tanta provação.
Francisco.
🔹
Q. 957 - "Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as conseqüências do suicídio?"
R.: “Muito diversas são as conseqüências do
suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre
às causas que o produziram. Há, porém, uma conseqüência a que o suicida não
pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos;
depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente,outros em nova
existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”
- Comentário de Kardec:
"A observação, realmente, mostra que os
efeitos do suicídio não são idênticos. Alguns há, porém, comuns a todos os
casos de morte violenta e que são a conseqüência da interrupção brusca da vida.
Há, primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito
ao corpo, por estar quase sempre esse laço na plenitude da sua força no momento
em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se enfraquece
gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido
completamente. As conseqüências deste estado de coisas
são o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se à ilusão em que,
durante mais ou menos tempo, o Espírito se conserva de que ainda pertence ao
número dos vivos. (Q. l55 e 165)
A afinidade que permanece entre o
Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do
estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da
decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror,
estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu
interrupção. Não é geral este efeito; mas, em caso algum, o suicida fica isento
das consequências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo
ou de outro, a culpa em que incorreu. Assim é que certos Espíritos, que foram
muito desgraçados na Terra, disseram ter-se suicidado na existência precedente
e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las com mais
resignação. Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria, de que
inutilmente procuram desembaraçar-se, a fim de voarem para mundos melhores, cujo
acesso, porém, se lhes conserva interdito. A maior parte deles sofre o pesar de
haver feito uma coisa inútil, pois que só decepções encontram.
A religião, a moral, todas as filosofias
condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas nos dizem, em
princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida.
Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr
termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo
exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta, somente por
constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos
indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes
o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as
vistas."🔵
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De "O Livro dos Espíritos". Parte Quarta - Das Esperanças e Consolações. Cap. I -
Das penas e dos gozos terrestres. Desgosto da Vida. Suicídio. Questão 957.
Imagem: www.google.com . Acesso em: 17/fevereiro/2013.
Destaques: pelo Blog.
Formatação atualizada em: 26/dezembro/2017.
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