sexta-feira, 29 de agosto de 2014

ADOLFO BEZERRA DE MENEZES

Bezerra de Menezes: 29.08.1831 - 11.04.1900
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu em 29 de agosto de 1831, na fazenda Santa Bárbara, no lugar chamado Riacho das Pedras, município cearense de Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama, estado do Ceará.
Atuou 30 anos na vida parlamentar. Outra missão, porém, o aguardava, esta mais nobre ainda, aquela de que o incumbira Ismael, não para o coroar de glórias, que perecem, mas para trazer sua mensagem à imortalidade.

Logo que apareceu a primeira tradução brasileira de “O Livro dos Espíritos”, em 1875, foi oferecido a Bezerra de Menezes um exemplar da obra pelo tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos, que se ocultou sob o pseudônimo de Fortúnio.

Disse Bezerra de Menezes, ao proceder a leitura de monumental obra: “Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim [...]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no Livro dos Espíritos [...]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença”. 

Mais que um adepto, Bezerra de Menezes foi um defensor e um divulgador da Doutrina Espírita.

Em 16 de agosto de 1886, aos 55 anos de idade, Bezerra de Menezes, perante grande público, em torno de 1.500 a 2.000 pessoas, no salão de Conferência da Guarda Velha, em longa alocução, justificou a sua opção definitiva de abraçar os princípios da consoladora doutrina.

Daí por diante, Bezerra de Menezes foi o catalisador de todo o movimento espírita na Pátria do Cruzeiro, exatamente como preconizara Ismael. Com sua cultura privilegiada, aliada ao descortino de homem público e ao inexcedível amor ao próximo, conduziu o barco de nossa doutrina por sobre as águas atribuladas pelo iluminismo fátuo, pelo cientificismo presunçoso, que pretendia deslustrar o grande significado da Codificação Kardequiana.

Presidente da FEB em 1889, ao espinhoso cargo foi reconduzido em 1895, quando mais se agigantava a maré da discórdia e das radicalizações no meio espírita, nele permanecendo até 1900, quando desencarnou,  em 11 de abril de 1900.

Morreu pobre, embora seu consultório estivesse cheio de uma clientela que nenhum médico queria; eram pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas. 

Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Leon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec: “Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
Fonte: Texto incluído nas obras que integram a
Coleção Bezerra de Menezes, publicada pela FEB.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 29.08.12.
Formatação atualizada em: 28/agosto/2014.
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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O GRITO

Pelo Espírito Hilário Silva

"[...] Falar é um dom de Deus. Se abrirmos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor.[...]
- Uma boa palavra auxilia sempre. Às vezes, supomo-nos sozinhos e proferimos inconveniências. Desajudamos quando podíamos ajudar. É preciso aproveitar oportunidades. Falar é um dom de Deus. Se abrirmos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor.

A pequena assembléia ouvia atenta a palavra de Sálus, o instrutor espiritual que falava pelo médium.

- Não adianta repetir frases inúteis. E é sempre falta grave conferir saliência ao mal. Comentemos o bem. Destaquemos o bem.

Dentre todos os presentes, Belmiro Arruda, escutava em silêncio.

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Decorridos alguns dias, Arruda, nas funções de pedreiro-chefe, orientava o término da construção de grande recinto. O enorme salão parecia completo.Tudo pronto.Acabamento esmerado. Pintura primorosa.

- Experimentemos a acústica – disse o engenheiro superior.

E virando-se para Belmiro:

- Grite algo.

Arruda, recordando a lição, bradou:

- Confia em Jesus!... Confia em Jesus!...

O som estava admiravelmente distribuído.

Os operários continuavam na sua faina, quando triste homem penetra o recinto. Cabeleira revolta. Semblante transtornado.

- Quem mandou confiar em Jesus? – perguntou.

Alguém aponta Belmiro, para quem ele se dirige, abrindo os braços.

- Obrigado, amigo! – exclamou.

E mostrando um revólver:

- Ia encostar o cano no ouvido, entretanto, escutei seu apelo e sustei o tiro... Queria morrer no terreno baldio da construção, mas sua voz acordou-me... Estou desempregado, há muito tempo, e sou pai de oito filhos... Jesus, sim! Confiarei em Jesus!...

Arruda abraçou-o, de olhos úmidos. O caso foi conduzido ao conhecimento do diretor do serviço. E o diretor, visivelmente emocionado, estendeu a mão ao desconhecido e falou:

- Venha amanhã. Pode vir trabalhar amanhã.
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(Do livro "A Vida Escreve", do Espírito Hilário Silva, psicografado por
 Chico Xavier e Waldo Vieira.7ª ed. FEB.1992. págs. 21/22.)
Formatação atualizada em: 20,082014. Destaques:pelo editor do Blog.
Imagem: www.google.com. Acesso em: 20/agosto/2014.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

SNAP!


Luciano Pires (*)

"[...] o imponderável, que vive à espreita, não respeita nossas vontades, não obedece nosso controle. Simplesmente aparece quando quer, toma conta da vida da gente, faz suas artes e pronto. Fim. [...]"

Ele tem energia, carisma, sabe falar em público, é bem educado, é letrado, jovem, boa aparência, bem de vida, com uma família linda e parentes influentes na política nacional. E tem planos. Muitos planos. Surge lá no Nordeste e aos poucos vai se tornando uma personalidade nacional, sendo visto, reconhecido e ouvido. Passa a convencer muitas pessoas de que pode ser um agente de mudanças. E um dia chega ao ápice: é entrevistado em cadeia nacional pela mais importante rede de televisão do país, como um dos candidatos à presidência da República. Que orgulho!

Na manhã seguinte parte para cumprir sua agenda de candidato e... Snap!

Assim, num estalar de dedos, tudo termina. Sem retorno, sem saída. Fim.

Um avião moderno e seguro, pilotado por profissionais experientes, cai. Fim. E a gente fica aqui, de boca aberta, sem entender como algo assim pode acontecer. Pior, pode acontecer com qualquer um de nós. Ou com alguém que amamos.

Snap! Fim.

E agora? Os planos, os compromissos, as promessas, as esperanças? Nada. Acabou. Fim.

Eu estava no saguão de um hotel em Lucas do Rio Verde quando uma repórter confirmou a morte de Eduardo Campos e mais 6 pessoas no acidente aéreo. Em pé, em frente à TV, com as duas mãos na cabeça e uma expressão de angústia, espanto, tristeza, assombro, sei lá, enchi os olhos de lágrimas... Como é que pode?

Pode. É ele, o destino, o imponderável, que vive à espreita, não respeita nossas vontades, não obedece nosso controle. Simplesmente aparece quando quer, toma conta da vida da gente, faz suas artes e pronto. Fim.

Não sei como é com você, mas sempre que acontece uma tragédia assim, interrompendo a vida de gente jovem, cheia de planos e energia, dou uma parada para refletir sobre minhas prioridades, sobre tudo aquilo que deixarei para trás se um dia o imponderável aparecer diante de mim. E invariavelmente me lembro de todas as pontas que deixarei soltas. Muitas delas impossíveis de serem amarradas, mas a maioria por simples falta de priorização. Estão lá, soltas, pois tenho coisas mais importantes para fazer...

Se o imponderável surgir, tudo que é prioritário deixará de ser, e as coisas que deixei para trás assumirão o primeiro lugar na fila. E isso me dá uma sensação de egoísmo. Talvez eu esteja, mesmo com toda a boa vontade, pensando demais em mim mesmo, ocupado em sobreviver e ser bem sucedido, de forma ética e responsável.

Será possível aprender algo com uma tragédia dessas?

Me lembrei de um artigo chamado “Freedom from Death”, no qual o professor Sidney J. Parnes propõe, diante da perda de alguém querido, uma parada para reflexão: O que é que eu quero fazer, ter ou conquistar afinal? O que é que eu gostaria que acontecesse? O que eu gostaria de fazer melhor? Para que eu gostaria de ter mais tempo, dinheiro e energia? O que mais eu quero da vida? Quais são meus objetivos não atingidos? O que eu gostaria de organizar melhor? Que mudanças eu preciso fazer? O que eu gostaria que outras pessoas fizessem? Com quem eu gostaria de passar mais tempo? Que mudanças sinto nas atitudes de outras pessoas?

Faça esse exercício, é uma espécie de revisão de prioridades. Pode ser que nada aconteça, mas garanto que você acordará aquela pulguinha atrás da orelha, e talvez se anime a deixar, para as pessoas que você ama, as coisas mais arrumadas caso um dia o imponderável aparecer pra você.

Assim o Snap! pode não ser apenas um melancólico fim.

Mas acabei divagando. Volto ao principal: sigam em paz Eduardo Campos, Alexandre da Silva, Carlos Augusto Leal Filho (Percol), Geraldo da Cunha, Marcos Martins, Pedro Valadares Neto e Marcelo Lira.
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(*)Luciano Pires é Editor do site http://www.portalcafebrasil.com.br/.
O perfil completo do Autor está disponível em http://www.lucianopires.com.br/.
Texto e imagem disponíveis em:http://www.portalcafebrasil.com.br/.
Acesso em: 15/agosto/2014.
Formatação e destaque:pelo Editor do Blog.

domingo, 10 de agosto de 2014

O PILOTO

O homem observou o menino sozinho na sala de espera do aeroporto aguardando seu voo. Quando o embarque começou, o menino foi colocado na frente da fila, para entrar e encontrar seu assento antes dos adultos.

Ao entrar no avião, o homem viu que o menino estava sentado ao lado de sua poltrona. O menino foi cortês quando puxou conversa com ele e, em seguida, começou a passar o tempo colorindo um livro. Não demonstrava ansiedade ou preocupação com o voo enquanto as preparações para a decolagem estavam sendo feitas.

Durante o voo, o avião entrou numa tempestade muito forte, o que fez que ele balançasse como uma pena ao vento. A turbulência e as sacudidas bruscas assustaram alguns passageiros. Mas o menino parecia encarar tudo com a maior naturalidade. Uma das passageiras, sentada do outro lado do corredor, ficou preocupada com aquilo tudo e perguntou ao menino:

- Você não está com medo?

- Não senhora, não tenho medo, ele respondeu, levantando os olhos rapidamente de seu livro de colorir.

- Meu pai é o piloto!

Existem situações em nossa vida que lembram um avião passando por uma forte tempestade. Por mais que tentemos, não conseguimos nos sentir em terra firme. Temos a sensação de que estamos pendurados no ar, sem nada a nos sustentar, a nos segurar, em que nos apoiarmos, e que nos sirva de socorro. Nessas horas, devemos lembrar, com serenidade e confiança, que: nosso “Pai” é o Piloto!
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(Do livro "Silent Strength for My Life", de Loyde John Ogilvie.)
Imagem: Ria Ellwanger. 
Formatação e dados de autoria atualizados em 10.08.2014. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

AS ORIGENS DE UM MAU PENSAMENTO


"[...] um pensamento é mau, quando se afasta da caridade [...]"

"Duas origens pode ter qualquer pensamento mau: a própria imperfeição de nossa alma, ou uma funesta influência que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza que nos sujeita a receber essa influência; há, por conseguinte, indício de uma alma imperfeita. De sorte que aquele que venha a falir não poderá invocar por escusa a influência de um Espírito estranho, visto que esse Espírito não o teria arrastado ao mal, se o considerasse inacessível à sedução.

Quando surge em nós um mau pensamento, podemos, pois, imaginar um Espírito maléfico a nos atrair para o mal, mas a cuja atração podemos ceder ou resistir, como se se tratara das solicitações de uma pessoa viva. Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu lado, o nosso anjo guardião, ou Espírito protetor, combate em nós a má influência e espera com ansiedade a decisão que tomemos. A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom, a se fazer ouvir pela nossa consciência.

Reconhece-se que um pensamento é mau, quando se afasta da caridade, que constitui a base da verdadeira moral, quando tem por princípio o orgulho, a vaidade, ou o egoísmo; quando a sua realização pode causar qualquer prejuízo a outrem; quando, enfim, nos induz a fazer aos outros o que não quereríamos que nos fizessem. (Cap. XXVIII, nº 15; cap. XV, nº10.)"
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PRECE PARA PEDIR A FORÇA DE RESISTIR
A UMA TENTAÇÃO:

"Deus Todo-Poderoso, não me deixes sucumbir à tentação que me impele a falir. Espíritos benfazejos, que me protegeis, afastai de mim este mau pensamento e dai-me a força de resistir à sugestão do mal. Se eu sucumbir, merecerei expiar a minha falta nesta vida e na outra, porque tenho a liberdade de escolher."
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("De  'O Evangelho Segundo o Espiritismo' - Cap. XXVIII, itens 20 e 21)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 29/julho/2014.
Formatação atualizada em: 29/julho/2014.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CLAMOROSO ENGANO

Pelo Espírito Emmanuel
'...os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano ...'
Ninguém poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu na imensidade universal.

O Planeta não é um barco desgovernado.

As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa verificação nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. Aí, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que, de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor.

A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino.

Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos da razão, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente.

Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.

Vives sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio?

Trabalha para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o material conveniente e justo.
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“E disse-lhes: Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei o que for justo.
E eles foram.” – (Mateus, 20:4.)
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(Do livro "Pão Nosso", de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier.
Lição 29: A Vinha. 16ª Ed. FEB. 1994.)
Destaques pelo editor do Blog.
Imagem: www.morguefile.com. Acesso em:14/maio/2013.
Formatação atualizada em: 21/outubro/2016.