terça-feira, 30 de janeiro de 2018

NO RECINTO DOMÉSTICO

Pelo Espírito André Luiz

Bondade no campo doméstico é a caridade começando de casa.
Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.
Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilíbrio e perturbação.
Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.
Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.
A sós ou em grupo, tome a sua refeição sem alarme.
Converse edificando a harmonia. É sempre possível achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequeninas demonstrações de renúncia a pontos de vista.
Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão somente uma palavra calmante para ser resolvido?
Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes;
Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário.
Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho daqueles que lhe compartilham a existên
cia.
Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranqüilidade dos outros.🔵
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(Do livro 'Sinal Verde', pelo Espírito André Luiz,
psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Uberaba-MG. 57ª reimpressão da ed. original.Lição nº 4.
Comunhão Espírita Cristã. 2011.)
Imagem: www.google.com. Acesso em: 29/abril/2016..
Formatação atualizada em:30/janeiro/2018.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

"E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?"

Por Francisco de Assis Daher Pirola
 “Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Felipe, interrogara assim seus discípulos:” Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” ─ Eles lhe responderam: Dizem uns que és João Batista; outros, que Jeremias, ou alguns dos profetas”. - Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” ─ Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: ”Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.” - Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S.Mateus, XVI - 13-17 e S.Marcos, VIII - 27 A 30). 
Reconhecendo no Divino Mestre Jesus − “a Luz do mundo” (João 8:12) − a condição excelsa de Espírito Crístico, e meditando sobre o Sacrifício a que se impôs para tornar-Se visível e tangível entre os homens, propusemo-nos a esta breve reflexão. Para isso, entretanto, deixamos de lado a conotação pessoalíssima do costumeiro “eu acho...” e fomos buscar, além de Kardec, os ensinos de Neio Lucio e Emmanuel, cujas obras, de maneira translúcida, mostram o carinho, o respeito e a veneração com que se deve reverenciar a figura do Mestre Jesus.

Seria Jesus um Espírito “comum” ?

“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias (...) Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos Membros Divinos [...]” (1)

Como podemos situar o Divino Mestre em sua passagem pelo mundo?

“[...] Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos (João 8:23)*, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, na direção das coletividades terrícolas.” Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas do Infinito.” (2) 

E quanto ao ‘Cristo homem’, o que tem Emmanuel a nos informar?

“Não julgamos acertado trazer a figura do Cristo para condicioná-la aos meios humanos, num paralelismo injustificável, porquanto em Jesus temos de observar a finalidade sagrada dos gloriosos destinos do espírito”. (3) Complementa o Venerando Mentor: “Nele cessaram os processos sendo indispensável reconhecer na sua luz as realizações que nos compete atingir. "Continua Emmanuel: “Representando para nós outros, a síntese do amor divino, somos compelidos a considerar que de sua culminância espiritual, enlaçou no seu coração magnânimo, com a mesma dedicação, a Humanidade inteira, depois de realizar o amor supremo”. (3) Finalmente, num alerta aos que preferem continuar fazendo ‘paralelismos injustificáveis, escreve: “[...] De modo algum poderíamos fazer um estudo psicológico de Jesus, estabelecendo dados comparativos entre o Senhor e o HOMEM.” (3)

Falamos de Emmanuel, que se refere a Jesus como um “Espírito Puro e Eleito” e “ser angélico e perfeito”. Kardec, em “O Livro dos Espíritos” - “Escala Espírita” - item 112, quanto aos Espíritos Puros, ensina-nos que estes pertencem à “primeira ordem”, tendo como caracteres gerais: “Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.” No item 113 ─ a Classe única: “(...) percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria.” Em seguida, Kardec acrescenta: “[...] Tendo alcançado a soma de perfeição de que suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus. Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material.” Finalizando o item, ensina o Codificador: “[...] Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal (...) São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos e serafins [...]”

Perfeitamente coerente, portanto, Emmanuel com Kardec, pois que este, como já vimos, mostra Jesus como integrante de uma “Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo”, um “Enviado de Deus”, sendo inapropriado, portanto, seja “classificado entre os valores propriamente humanos”, já que, “Nele cessaram os processos”.

Nesse contexto, vamos a “Alvorada Cristã” (Espírito Neio Lúcio, psicografia de Chico Xavier, FEB, 10ª ed.), lição nº. 1 ─ “Sigamos com Jesus” (p. 15/16), onde o autor fala de grandes personalidades que passaram pela Terra: Maomé, “valoroso condutor de homens”, mas “deixou o corpo como qualquer mortal e seus restos foram encerrados numa urna...”; Carlos V, ” poderoso imperador da Espanha”, que “sonhou com o domínio de toda a Terra”, mas que “ entregou, um dia, a coroa e o manto ao asilo do pó.”; e Napoleão, que “Deixou o nome inesquecível no livro das nações...”, cujo “túmulo é venerado em Paris... Muita gente faz peregrinação até lá, para visitar-lhe os ossos...”. E acrescenta: “Como acontece a Maomé, a Carlos V e a Napoleão, os maiores heróis do mundo são lembrados em monumentos que lhes guardam os despojos.”

No parágrafo seguinte vem a lição maravilhosa, afirmativa, clara, profunda, insofismável e consoladora: “Com Jesus, todavia, é diferente.”

E, brindando-nos com um verdadeiro cântico de louvor ao Cristo Vivo, “Espírito Puro e Eleito pelo Senhor Supremo do Universo”, continua o maravilhoso autor: “[...] No túmulo de Nosso Senhor, não há sinal de cinzas humanas. Nem pedrarias, nem mármores de preço, com frases que indiquem, ali, a presença da carne e do sangue. Quando os apóstolos visitaram o sepulcro, na gloriosa manhã da Ressurreição, não havia aí nem luto, nem tristeza. Lá encontraram um mensageiro do reino espiritual que lhes afirmou: ”Não está aqui”. E o túmulo está aberto e vazio, há quase dois mil anos. Seguindo, pois, com Jesus, através da luta de cada dia, jamais encontraremos a angústia da morte e, sim, a vida incessante [...].”

Estudemos, então, com afinco e profundidade, a Vida e a Obra D’Aquele que se intitulou o “Caminho, a Verdade e a Vida”. Reflitamos sobre o que Ele, o “Enviado de Deus” (João 8:16 e 18), legou à Humanidade em Sua passagem missionária por este pequeno e obscuro planeta, e meditemos, com amor e respeito, e, acima de tudo, com muita humildade, acerca da milenar interrogação que Ele dirigiu aos apóstolos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 🔵
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1. “A Caminho da Luz”, Cap. I, p.17, FEB; 2.
O Consolador”, perg. 283, p.168, FEB, 11ª Ed.; (*)Inserção do Blog;
3. “O Consolador”, perg. 327, p.187, FEB, 11ªEd.;
4. “O Consolador”, perg. 287, p.170, FEB, 11ª Ed.
(Imagem: www.google.com. Acesso em: 02/maio/2012.)
São nossos todos os grifos e destaques.
Atualização em:. 26/janeiro/2018.

NO PASSEIO MATINAL

Pelo Espírito Neio Lúcio
'... devemos aprender, no trabalho, a amar-nos uns aos outros, aprimorando sentimentos ...'
Dionísio, o moleiro, muito cedo partiu em companhia do filhinho, na direção de grande milharal.
A manhã se fizera linda.
Os montes próximos pareciam vestidos em gaze esvoaçante.
As folhas da erva, guardando, ainda, o orvalho noturno, assemelhavam-se a caprichoso tecido verde, enfeitado de pérolas. Flores vermelhas, aqui e ali, davam a ideia de jóias espalhadas no chão.
As árvores, muito grandes, à beira da estrada, despertavam, de leve, à passagem do vento.
O Sol aparecia, brilhante, revestindo a paisagem numa coroa resplandecente.
Reinaldo, o pequeno guiado pela mão paterna, seguia num deslumbramento. Não sabia o que mais admirar: se o lençol de neblina muito alva, se o horizonte inflamado de luz. Em dado momento, perguntou, feliz:
— Papai, de quem é todo este mundo?
— Tudo pertence ao Criador, meu filho —esclareceu o moleiro, satisfeito —; o Sol, o ar, as águas, as árvores e as flores, tudo, tudo, é obra dEle, nosso Pai e Senhor.
— Para que tudo isto? — continuou o petiz contente.
— A fim de recebermos esta escola divina, que é a Terra.
— Escola?
— Sim, filho — tornou o genitor paciente —, aqui devemos aprender, no trabalho, a amar-nos uns aos outros, aprimorando sentimentos, quanto devemos aperfeiçoar o solo que pisamos, transformando colinas, planícies e pedras em cidades, fazendas, estábulos, pomares, milharais e jardins.
Reinaldo não entendeu, de pronto, o que significava “aprimorar sentimentos”; contudo, sabia perfeitamente o que vinha a ser a remoção dum monte empedrado. Surpreso,voltou a indagar:
— Então, papai, somos obrigados a trabalhar tanto assim? Como será possível modificar este mundo tão grande?
O moleiro pensou alguns instantes e observou:
— Meu filho, já ouvi dizer que uma andorinha vagueava só, quando notou que um incêndio lavrava em seu campo predileto. O fogo consumia plantas e ninhos. Em vão, gritou por socorro. Reconhecendo que ninguém lhe escutava as súplicas, pôs-se rápida para o córrego não distante, mergulhando as pequenas asas na água fria e límpida; daí, voltava para a zona incendiada, sacudindo as asas molhadas sobre as chamas devoradoras, procurando apagá-las. Repetia a operação, já por muitas vezes, quando se aproximou um gavião preguiçoso, indagando-lhe com ironia: — "Você, em verdade, acredita combater um incêndio tão grande com algumas gotas dágua?" A avezinha prestativa, porém, respondeu, calma: — "É provável que eu não possa fazer a obra toda; entretanto, sou imensamente feliz cumprindo o meu dever."
O moleiro fez uma pausa e interrogou o filho:
— Não acredita você que podemos imitar semelhante exemplo? Se todos procedêssemos como a andorinha operosa e vigilante, em pouco tempo toda a Terra estaria transformada num paraíso.
O menino calou-se, entendendo a extensão do ensinamento e, no íntimo,contemplando a beleza do quadro matinal, desde as margens do caminho até a montanha distante, prometeu a si mesmo que procuraria cumprir no mundo todas as obrigações que lhe coubessem na obra sublime do Infinito Bem.🔵
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(Do livro "Alvorada Cristã", pelo Espírito Neio Lúcio:
psicografado por Chico Xavier. - 10. ed. - Rio de Janeiro:
Federação Espírita Brasileira, 1991.Lição nº 46.)
Imagem: www,google.com. Acesso em:17/janeiro/2017.
Formatação atualizada em: 26/janeiro/2018.