Nascido em Jangada, município do Conde, Estado da Bahia em 14 de novembro de 1876, e desencarnado em Salvador em 14 de julho de 1942, o discípulo fiel da seara de Jesus, Manoel Philomeno de Miranda, conheceu o Espiritismo em 1914, por intermédio do médium Saturnino Favila. Por essa época, conheceu José Petitinga, estabelecendo relações com ele, ao mesmo tempo em que começava a frequentar as sessões da União Espírita Baiana, que havia sido recentemente fundada em 1915.
Discípulo de José Petitinga, tinha a mesma maneira especial de tratar e doutrinar os assistentes das sessões da “União”, sempre baseadas num magistral versículo evangélico.
Um dos mais firmes adeptos do Espiritismo, Miranda, desde 1918, participava assiduamente das sessões, interessado superiormente nos assuntos doutrinários.
Fez parte da diretoria da União Espírita Baiana, de 1921 até o dia da sua desencarnação, em 14 de julho de 1942. Também presidia as sessões mediúnicas e trabalhos do Grupo Fraternidade. Durante esse longo período, Miranda foi um baluarte do Espiritismo. Onde estivesse, aí estaria a Doutrina e sua propaganda, exercida com proficiência de um douto, um abnegado.
Delicado no trato, mas heróico na luta, publicou, sem o seu nome, as obras 'Resenha do Espiritismo na Bahia' e 'Excertos que justificam o Espiritismo', além do opúsculo 'Porque sou Espírita', em resposta ao Pe. Huberto Rohden.
Sofrendo do coração, subia as escadas - para não faltar às sessões - sorrindo e sempre animado. Queria extinguir-se no seu cumprimento. Sentia imensa alegria em dar os seus dias ao serviço do Cristo.
Sobre as suas últimas palavras, assim escreve A M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais.Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”
Era antevéspera da sua desencarnação.
Querido de quantos o conheceram - porque quem o conhecia não podia deixar de amá-lo -, até o último instante demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.
Divaldo Pereira Franco conta como iniciou seu relacionamento com o amoroso Benfeitor, conforme relato no livro 'Semeador de Estrelas', da escritora e médium Suely Caldas Schubert:
“No ano de 1950 Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda.
“No ano de 1950 Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda.
( ... ) “No ano de 1970 apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão. “Quando chegou ao Mundo Espiritual foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.
( ... ) “Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar em livros.
“Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio. “Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali, mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através da transfusão de energia utilizando-se do perispírito. “Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da Obsessão”, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.
( ... ) “Na visita que Manoel Philomeno me permitiu fazer à Colônia em que ele se hospedava, levou-me a uma curiosa biblioteca. Mostrou-me como são arquivados os trabalhos gráficos que se fazem na Terra. Disse-me que, quando um escritor ou um médium, seja quem for, escreve algo que beneficia a Humanidade - no caso do escritor - é um profissional, mas, o que ele produz é edificante, nessa biblioteca fica inscrito, com um tipo de letra bem característico, traduzindo a nobreza do seu conteúdo. À medida que a mente, aqui, no planeta, vai elaborando, simultaneamente vai plasmando lá, nesses fichários muito sensíveis, que captam a onda mental e tudo imprimem.
“Quando a pessoa escreve por ideal e não é remunerado, ao se abrirem esses livros, as letras adquirem relevo e são de uma forma muito agradável à vista, tendo uma peculiar luminosidade. Se a pessoa, porém, o faz por ideal e estando num momento difícil, sofrido, mas ainda assim escreve com beleza, esquecendo-se de si mesma, para ajudar a sociedade, a criatura humana, ao abrir-se o livro, as letras adquirem uma vibração musical e se transformam em verdadeiros cantos, em que a pessoa ouve, vê e capta os registros psíquicos de quando o autor estava elaborando a tese. “O oposto também é verdadeiro.
( ... ) “Eis porque vale a pena, quando estamos desalentados e sofridos, não desanimarmos e continuarmos as nossas tarefas, o que lhes dá um valor muito maior.
Porque o trabalho diletante, o desportivo, o do prazer, já tem, na própria ação, a sua gratificação, enquanto o de sacrifício e de sofrimento exige a abnegação da pessoa, o esforço, a renúncia e, acima de tudo, a tenacidade, para tornar real algo que gostaria que acontecesse, embora o esteja realizando por entre dores e lágrimas.”■
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Texto: www.feb.org.br.Acesso em: 26/novembro/2016._____________________________________________
Imagem: www.google.com .Acesso em: 13/agosto/2010.
Formatação atualizada em: 26/novembro/2016.