Leonardo Pereira
Durante muito tempo acreditamos, como muitos ainda acreditam, que o individuo com intelecto avançado é o que se dá bem na vida. A disputa por tais gênios e o desejo de muitos pais de terem como filhos indivíduos com a tal inteligência intelectual (o famoso QI - quociente de inteligência) altíssima, faz com que sejam menosprezados os que apresentavam baixa pontuação nessa escala.
Com o passar dos tempos, as escolas, empresas, universidades e famílias, começaram a perceber ─ sem entender por que ─ esses mesmos indivíduos, com o intelecto altíssimo, não conseguiram vencer na vida.
Esse significado ─ vencer na vida ─ ainda guarda relação estreita com bons empregos e altos salários. Vencer, então, sempre foi a meta: ser melhor, maior, o maioral.
Infelizmente, os jovens continuam a ser impulsionados por essa conquista extremamente materialista. No entanto, mesmo diante da conquista financeira, muitas vezes não compreendemos o porquê da infelicidade de muitos gênios e intelectuais.
QE - O Quociente Emocional
QE - O Quociente Emocional
Vem em nossa salvação a moderna psicologia, a tratar do QE (quociente emocional), popularizada especialmente pelo psicólogo e neurocientista de Harvard, David Goleman, com o seu conhecido livro A Inteligência emocional, comprovando que indivíduos altamente intelectualizados apresentam distúrbios diversos no campo emocional. A inteligência avançada não os capacita para solucionar todos os problemas da vida. Transtornados e abatidos pela incapacidade apresentada, justo eles, os maiorais, acima da média, gênios, infelizes, se enredam na depressão, passando a agir na vida como se nenhuma inteligência possuíssem.
Mesmo equilibrados intelectual e emocionalmente, ainda sofremos muitas vezes quando não atingimos os objetivos que traçamos para nós, seja no trabalho, seja na vida íntima. Assim, passamos a tentar entender o que se passa conosco.
O que nos falta?
O que nos falta?
Com o objetivo de tentar entender exatamente o que se passa conosco ─ e o que falta conhecer ─ é que trazemos à baila o caso da Doutora Danah Zohar, americana, casada e infeliz, filha de pais alcoólatras e pai suicida, materialista e alcoolista, formada em Matemática e Física e mestre em Psicologia.
Apesar do intelecto avançado, Danah encontrava-se, no momento, em uma crise pessoal e familiar. Busca, então, refúgio nas montanhas do Tibet, na tentativa de salvar sua vida e sua família.
No meio’ de tantos questionamentos ela se achava “um caso perdido”. Pelas fatalidades dos seus pais, começa a pensar em Deus, nas crenças religiosas e nessa busca da felicidade que a raça humana se encontra. Parece que algo desperta no seu interior. Esse interesse em encontrar respostas para tudo que sempre a motivou direciona-se para o lado correto, o lado da verdade.
De volta aos Estados Unidos da América do Norte, Danah encontra uma matéria no jornal, que lhe chama a atenção: dois neurocientistas da Flórida afirmam ter descoberto o ponto de Deus, a certeza da presença de Deus em todos nos.
Ela liga, conversa com um dos doutores, e resolve ir à Flórida e, pessoalmente, participar dessa pesquisa. Vale ressaltar que Danah era também doutora em Física Quântica e seus conhecimentos poderiam contribuir muito para a pesquisa. Esse trabalho, com toda certeza, contribuiria para Danah Zohar.
As pesquisas, na Flórida, sobre a responsabilidade dos neurofisiologistas Michael Persinger e V. S. Ramachandran, por neurologistas (Wolf Singer), por neurolinguistas (Terrance Deacon) e por técnicos em magnetoencefalografia detectaram o que foi chamado ─ o ponto de Deus ─ no cérebro (as pesquisas se baseiam no estudo dos campos magnéticos e elétricos do cérebro).
O Ponto de Deus
O Ponto de Deus
Segundo esses cientistas, existe em nós, cientificamente verificável, outro tipo de inteligência pela qual não só captamos fatos, idéias e emoções, mas percebemos os contextos maiores de nossa vida, totalidades significativas que nos faz sentir inseridos no Todo. Ela nos torna sensível a valores, a questões ligadas a Deus e à transcendência. Toda vez que se pronunciavam palavras ou mantras como Deus, Jesus, Khrisna, Buda, em diversas línguas, um ponto de luz se acendia.
Esse ponto, que se encontra especialmente localizado nos lobos temporais, é chamado de inteligência espiritual (QEs= quociente espiritual), batizado pela Drª. Danah Zohar. Esse é o titulo de seu livro, lançado no Brasil no ano de 2000.
Assim, foi descoberto que existe um elo entre Deus e o homem, e que este, apesar de reações no organismo, só pode ser de origem espiritual.
A origem da manifestação do ponto de Deus é justamente o ser imortal, que traz as Leis Divinas gravadas na consciência, chamado a se manifestar todas as vezes que seu Criador, ou a lembrança do Bem, dos grandes avatares desse mundo, das boas idéias e dos bons sentimentos, do amor puro e incorruptível se fizerem presentes. Seja pela fala, pela música, pela ação em favor do outro ou pelo pensamento. Nesse momento é que despertamos para a realidade espiritual e somos chamados a equilibrarmos nossos níveis de consciência, o intelecto, o emocional e o espiritual.
Essa pesquisa transformou Danah Zohar, que passou a enxergar a vida sobre um novo prisma e, com certeza, pode mudar você também.
Busque conhecer a realidade do ser imortal e compreenderá que somos um ponto de Deus no Universo, tornando-nos, então, co-criadores Divinos.
Lembremo-nos, portanto, quanto a isso, o que disse Jesus: “vós sois deuses” (Jo 10:34).
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(Leonardo Pereira,
é Designer gráfico e orador espírita.)